Correa pede a Grupo do Rio que condene ação colombiana
O presidente do Equador, Rafael Correa, pediu nesta quinta-feira (6) ao Grupo do Rio que condene a Colômbia pelo que classificou de “invasão” a seu território, referindo-se à incursão militar do país vizinho dentro de território equatoriano, que resultou
Publicado 07/03/2008 12:11
“Temos que tomar decisões amanhã em Santo Domingo: condenar claramente a agressão colombiana ao Equador e obrigar esse governo a nunca mais se atrever a agredir um país irmão”, disse Correa, em Nicarágua, junto ao presidente Daniel Ortega.
A 10ª Cúpula do Grupo do Rio será realizada nesta sexta-feira em Santo Domingo, onde se espera um diálogo entre seus países-membros para pôr fim às tensões do conflito diplomático, que também inclui a Venezuela.
O Grupo do Rio é integrado pela Argentina, Belize, Bolívia, Brasil, Colômbia, Chile, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.
Na quarta-feira, a Organização dos Estados Americanos (OEA) rechaçou, mas não condenou, a incursão militar colombiana, como queria o Equador. O ataque resultou na morte do segundo homem no comando do grupo guerrilheiro Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), conhecido como Raúl Reyes, e outros 23 rebeldes.
“É hora de tomar decisões. Tomara que todos tenhamos consciência, irmãos da América Latina, de que isto não é um problema bilateral entre Colômbia e Equador”, disse Correa, referindo-se à Cúpula do Grupo do Rio.
Na cúpula, Correa e Chávez se encontrarão cara a cara com o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe. O presidente equatoriano pediu que a OEA condene a Colômbia em uma reunião de chanceleres convocada para 17 de março. “Se não (condenar), a OEA terá de ser colocada na lata de lixo da história”, disse ele.
Revisão da pauta
O ministro das Relações Exteriores dominicano, Carlos Morales Troncoso, abriu a reunião ainda na quinta-feira, na qual, oficialmente, não seria discutido o conflito entre os três países andinos; entretanto, o interesse da cúpula está centrado nas repercussões da crise, na possível presença dos três presidentes e no eventual papel mediador do Grupo do Rio.
“Tenho a confiança de que, hoje e sexta-feira, cada nação aqui representada se sentará à mesa com a vontade de salvar e respeitar nossas diferenças e consolidar nossos consensos”, disse Troncoso ao inaugurar a sessão.
O ministro dominicano disse confiar na mediação do presidente Leonel Fernández, que se considera amigo dos três presidentes andinos e que pode ser “não só um conciliador, mas um mediador natural”.
Essa mediação serviria, ao mesmo tempo, para revitalizar o papel internacional do Grupo do Rio que, a partir desta sexta-feira, será presidido pelo presidente mexicano Felipe Calderón.
Da redação, com agências