Lula: é 'cretinice verbal' dizer que PAC é eleitoreiro
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desconsiderou hoje, em Foz do Iguaçu, adversários políticos que consideram o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) como um projeto eleitoreiro. “De vez em quando alguém fala assim para mim: 'os governos estão u
Publicado 20/03/2008 18:00
Segundo ele, se fosse assim, o governod federal não teria assinado convênio de R$ 8 bilhões com o Estado de São Paulo e outros com Minas Gerais, Paraíba, Rio Grande do Sul, e um de R$ 1,1 bilhão com a prefeitura de São Paulo, todos governados por integrantes de partidos adversários.
“A mim não importa de que partido é o prefeito, de que partido é o governador. O que importa é que o Estado tem necessidade, a cidade tem necessidade, nós temos o programa, temos dinheiro e vamos fazer a obra”, ressaltou. Lula acrescentou que, em cidades onde o prefeito não é do PT, até pode haver petistas “de biquinho”. “Eu não estou subindo no palanque com outro candidato, estou subindo com a pessoa que administra a cidade. Portanto, com quem de direito representa naquele instante, institucionalmente, o município.”
Lula também negou que tivesse feito críticas a ministros por não lhe passarem números corretos do PAC. “O que eu disse é que, como há R$ 504 bilhões em vários ministérios e muitas coisas acontecem na Caixa Econômica, nos ministérios, em parcerias com Estados e municípios, precisamos ter um único sistema de controle de tudo, recebendo online as informações”, afirmou.
Na solenidade, o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), repetiu suas críticas à “imprensa golpista que quer de qualquer forma depor um governo popular”. “Abre-se um jornal e parece que não acontece nada de bom”, reclamou. Concordando com Requião, Lula buscou amenizar a crítica e disse que “não vale a pena ter azia por causa de alguma coisa que a gente vê em alguma coluna”.
Alcooduto
Requião, Lula, o governador André Pucinelli, do Mato Grosso do Sul, e o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo, assinaram nesta quinta-feira (20), no Parque Tecnológico da Itaipu Binacional, em Foz do Iguaçu, termo de cooperação para a criação de um grupo de trabalho que vai desenvolver estudos para a construção do alcoolduto entre Campo Grande (MS) e o Porto de Paranaguá.
Também foi assinado um convênio para construção de 1,1 mil casas populares. O governo ainda assinou termos de autorização de uso de águas públicas para a criação de peixes. Os produtores utilizarão as águas da barragem de Itaipu num sistema de criação em tanques-rede.
O alcoolduto faz parte do PAC e seu traçado básico contemplará as cidades de Campo Grande e Batagussú, no Mato Grosso do Sul, e Maringá e Londrina, no Paraná. O projeto, com cerca de 920 quilômetros de extensão, tem sua conclusão prevista para 2010 e o objetivo principal é escoar a produção de etanol dos dois estados para o mercado de exportação.
O presidente Lula destacou que seu governo conseguiu, depois de muitos encontros e reuniões, dar ao setor sucroalcoleiro uma imagem empresarial. “Sabia que se nós quiséssemos adentrar no comércio exterior, com força e potencial que tem o Brasil, teríamos que ser profissionais e ter cartão de credibilidade social para fazer frente às intrigas que estão fazendo contra o Brasil no exterior”.
“Quando um país é insignificante, do ponto de vista de sua balança comercial, e quando não coloca em risco nenhuma grande economia, ninguém se incomoda. Mas quando um país passa a ser competitivo com as grandes potencias do mundo, em vários produtos, começa a ser vítima de ataques. É o que está acontecendo agora na área dos biocombustíveis”, alertou Lula.
O presidente ainda salientou: 'Todo mundo sabe que o Brasil será invencível nessa disputa, porque temos terra, água, tecnologia e 30 anos de acúmulo de conhecimento. Portanto, somos imbatíveis. É exatamente por isso que países, como os Estados Unidos e integrantes da União Européia, estão impondo barreiras ao álcool brasileiro”.
Com informações das agências