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Bolívia se diz “confiante” na negociação de saída para o mar

O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou neste domingo (23) sua “confiança” na reconquista de uma saída marítima para seu país, “por meios pacíficos e em entendimento” com o Chile. O discurso foi feito no “Dia do Mar”, em que os bolivianos assinalam

Evo disse que a Bolívia “jamais deixará de lutar para recuperar um mar com soberania plena”. Mas apostou no fortalecimento da confiança para resolver a disputa com o Chile.



Mara se resolver um problema, seja regional, internacional ou familiar, entre vizinhos, a confiança é importante”, afirmou o presidente. Ele pediu para “fortalecer a confiança entre as forças sociais e as forçar armadas, da Bolívia e do Chile”. E registrou que em seu governo aconteceram “passos importantes, cruciais, de dois países que querem resolver um problema histórico como é o do mar”.



Diálogo sem precedentes



No ano passado, Evo Morales rompeu com uma longa tradição dos presidentes bolivianos e foi a Santiago para assistir à posse da presidente Michelle Bachelet. Desde então, o tema, antes bloqueado pelo Chile, começou a entrar na agenda bilateral. No discurso de domingo, Evo valorizou o recente apelo do chanceler chileno, Alejando Foxley, pedindo a seus compatriotas solidariedade para com a Bolívia e apoio a uma agenda de 13 pontos.



No entanto, a idéia de devolver à Bolívia uma saída para o mar não é popular entre os chilenos. E esse sentimento é fortemente estimulado pelas forças conservadoras do país.



Feridas abertas há 129 anos



O pronunciamento de Evo Morales aconteceu na Praça que leva o nome de Eduardo Avaroa, principal herói boliviano da Guerra do Pacífico, morto na defesa da Ponte Topater, durante a batalha de Calama, em 23 de março de 1879. Desde então a data é recordada como o “Dia do Mar”, em que os bolivianos manifestam sua inconformidade com o estado de coisas que o Chile impôs pela força das Armas.



A Guerra do Pacífico, entre 1879 e 1881, custou à Bolívia um território de 120 mil quilômetros quadrados (um pouco maior que a área de Pernambuco) e 400 quilômetros de litoral no Oceano pacífico (pouco menos que o litoral de Santa Catarina). O Peru, que também se envolveu na guerra, teve igualmente perdas territoriais.O motivo do conflito foi o guano e o salitre da região de Atacama, explorado por capitais britânicos.



Da redação, com agências