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Pressão sobre o México para levar Colômbia à Corte de Haia

Não é só no Equador que há indignação com a morte de compatriotas pelo exército da Colômbia, durante o massacre de 1º de março. Diversas organizações do México afirmam que, por ter a obrigação de defender os direitos e a segurança de seus cidadãos, o Esta

Em apelo urgente ao presidente Felipe Calderón, à Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH), ao reitor da Universidade Nacional do México (Unam), ao Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos e outras instâncias, mexicanas e internacionais, um grupo de ONGs, encabeçado pela Liga mexicana de Defesa e promoção dos Direitos Humanos (Limeddh) e a Associação de Familiares de Detidos, Desaparecidos e Vítimas de Violações de Direitos Humanos (Adafem), exigiu, no âmbito internacional, uma investigação exaustiva e imparcial do crime, para punir os responsáveis. E solicitou à administração federal que não criminalize o movimento estudantil e defenda a Unam como espaço de livre opinião e conhecimento.



Ação destemida mas escrupulosa



Foi solicitada também informação oficial para permitir o esclarecimento da verdade; que organismos da OEA e da ONU realizem uma “enérgica condenação dos ilícitos cometidos pelo governo de Álvaro Uribe (presidente da Colômbia)” e se garanta a repatriação de Mucía Morett – a única mexicana sobrevivente – sem custo algum e na qualidade de testemunha do massacre, garantindo sua integridade física, psicológica e jurídica.



Em entrevista ao jornal La Jornada, Adrián Ramírez, presidente da Limeddh destacou a exigência destemida, mas bastante escrupulosa, dos familiares dos quatro jovens mexicanos que perderam a vida no ataque militar, no sentido de que o governo mexicano se pronuncie. “Acreditamos que a chancelaria mexicana tem uma responsabilidade; ela está violentando parte de sua função de proteger todo mexicano em qualquer parte do mundo. Se já o fez com pessoas acusadas de delitos, inclusive condenados à morte nos Estados Unidos, não vemos por que não fazê-lo com estes quatro jovens que morreram em um massacre.”



Com base no Artigo 16 do estatuto de Roma da CPI, adotado pelo Conselho de Segurança da ONU, os ativistas afirmam: “O governo mexicano tem a obrigação de proteger seus cidadãos e nacionais; deveria incriminar a Colômbia, com base em crimes de guerra, ou pelo menos mandar para a ouvidoria da CPI as informações sobre o que aconteceu no Equador, para que esta examine e dirija as investigações e indiciamentos”.



Reunião “multilateral”



Ramírez informou também que promoverá uma reunião “multilateral”, com a participação dos pais dos jovens assassinados, das secretarias de Relações Exteriores e de Governo, do Congresso da União, da Unam e do Politécnico, das Comissões de Direitos Humanos Nacional e do Distrito Federal, das embaixadas da Colômbia e do Equador, de uma delegação da União Européia, do Comitê Internacional da Cruz Vermelha e organizações nacionais e internacionais de direitos humanos. O objetivo é “abordar o mecanismo de prosseguimento de todas as ações por realizar” para que se esclareça os fatos e se puna os culpados.



As ONGs também expressaram sua preocupação com a campanha de “desprestígio” empreendida por alguns meios de comunicação. Afirmam que esta “pretende criminalizar os estudantes mexicanos, atenta contra a liberdade de cátedra, de pensamento e expressão e busca atingir a Unam, o Instituto Politécnico e a educação pública em geral”.



Fonte: diário La Jornada; intertítulos do Vermelho