Abertura da Semana dos Povos Indígenas

Cerca de 50 índios entraram na Concha Acústica do Parque da Maternidade, vestidos com suas indumentárias e os corpos cobertos com as pinturas sagradas. O momento teve como intuito expressar a ident

Os cantos, os ritos, as crenças, as danças viajaram junto às vestimentas e aos próprios índios Yawanawa, de Tarauacá para Rio Branco. A cultura de uma das 14 etnias indígenas acreana saiu da floresta para a capital, para realizar uma apresentação na noite de sexta-feira, 18, que marcou a abertura da Semana do Índio.

A coordenação do evento, realizado pelo Governo do Estado, através da Assessoria dos Povos Indígenas, instituições parceiras e o movimento indígena, optou por uma programação que não se restringisse aos índios e pessoas que atuam na causa, mas que chegasse até a sociedade em um momento inédito em toda a história do Acre.



  Cerca de 50 índios entraram na Concha Acústica do Parque da Maternidade, vestidos com suas indumentárias e os corpos cobertos com as pinturas sagradas. O momento teve como intuito expressar a identidade desse povo, trazendo para dentro da cidade o que é vivido no cotidiano na floresta. Uma aproximação que pede igualdade, respeitando as diferenças no modo de vida e da cultura.



A característica do povo guerreiro foi apresentada em ritos que desafiam a dor. O respeito aos antepassados ecoaram em cantos mantidos por várias gerações, inclusive, nas aulas das escolas nas aldeias. Tudo o que foi mostrado é também vivido anualmente, durante uma semana, no festival Yawa, na aldeia Nova Esperança, a maior do povo Yawanawa, localizada no rio Gregório.



Um momento mágico, em que o homem da cidade tem a oportunidade de conhecer um pouco da sua origem, porque o índio faz parte dela. Assim Biraci Brasil Yawanawa, traduz o encontro.




O governador Binho Marques, que participou da festa, falou dos avanços das políticas públicas voltadas ao povo indígena desenvolvida no Estado nos últimos dez anos, que em vários aspectos se tornou referência no Brasil. A educação é um dos principais fatores apontados como avanço. Hoje, todas as aldeias possuem escolas, segundo Francisco Pianko.



Outro fator citado pelo governador é o respeito que os povos indígenas do Acre têm adquirido na luta pela revisão de suas terras. Várias etnias passam por revisão de suas áreas, e este ano o povo Yawanawa conquistou uma nova demarcação que devolve a eles, áreas consideradas sagradas.



O Acre possui 14 etnias indígenas, são 15 mil índios. 14% do território do Estado é de área indígena divididas em 35 terras. “A forma como o Estado conduz a política indígena nos permite não repetir erros do passado”, avalia Pianko.



O prefeito de Rio Branco, Raimundo Angelim, que também foi convidado junto ao governador Binho, e o assessor dos Povos Indígenas, Francisco Pianko, a entrar na roda para serem agraciados com o Kamarô – canto que significa bom encontro e saudade – comenta que graças ao trabalho atento, voltado aos povos indígenas, o Governo do Estado e a prefeitura de Rio Branco conseguem realizar um trabalho de êxito junto aos povos índigenas.



Binho e Angelim ressaltaram que durante a apresentação dos índios Yawanawa, quem realmente tinha a aprender eram as pessoas que moram nas cidades, reconhecendo que os povos indígenas no Estado mantêm uma luta de respeito a sua cultura e sua origem.