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New York Times critica poder do dinheiro em eleição nos EUA

“O poder do dinheiro na política dos Estados Unidos nunca foi mais pronunciado e problemático como na atual campanha presidencial, a mais cara da história do país”, criticou nesta terça-feira (27) o diário americano The New York Times.

O candidato republicano John McCain, que no passado defendia limites aos fundos destinados à eleições, teve de demitir cinco de seus auxiliares, por estarem envolvidos com interesse de empresas estrangeiras, destaca o editorial do periódico americano



O co-presidente da campanha de arrecadação de fundos de McCain, Tom Loeffler, se viu forçado a renunciar ao se transformar na quinta vítima de uma política instituída na semana passada que obriga todos os membros da campanha a cortarem os vínculos com grupos de interesse, ou renunciar.



A saída de Loeffler coincidiu com a publicação de um artigo na revista Newsweek, que revelava os vínculos da companhia de do assessor de McCain com a Arábia Saudita e outros governos estrangeiros.



“Por sua vez, o aspirante democrata Barack Obama, depois de se apresentar como um promotor das campanhas subvencionadas, está recebendo polpudas doações de setores privados”, agrega.



A força da “máquina” de Obama está no número de doadores. Segundo a campanha de Obama, o senador tem quase 1,5 milhão de doadores. A maioria vindos da internet e que doaram valores pequenos — o que significa que eles podem doar ainda mais fundos para campanha do senador já que não alcançaram o limite de US$ 2.300 (R$ 3.810).



O número de doadores garante a Obama um fluxo constante de dinheiro, apesar de sua quantia de arrecadação de abril ser a menor deste ano. No geral, sua arrecadação chegou a US$ 235 milhões (R$ 389,3 milhões).



Entretanto, sua rival no partido oposicionista, Hillary Clinton, foi “muito agraciada” por doações durante a década passada, conta o jornal.



“Entretanto, os três prometem controlar o papel dos dólares na política, mas só após o final da campanha”, sublinha o diário.



Segundo o Centro para uma Política Razoável, até março passado, Hillary e Obama haviam arrecadada quase US$ 424 milhões, enquanto McCain arrecadara cerca de US$ 77 milhões.



Outros US$ 366 foram recolhidos pelo restos dos aspirantes das duas formações políticas, que já abandonaram suas intenções de aceder ao cargo executivo mais elevado do país.



Essas cifras foram alcançadas apesar da aprovação, há seis anos, da lei McCain-Finegold, que tem o objetivo de limitar o financiamento eleitoral procedente do chamado “dinheiro mole”, feito por grandes contribuintes sem limites nem regras.



A normativa proibiu essas doações, favorecendo as individuais e obrigou a revelar, de forma pública, cada contribuição superior a US$ 200.