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Novo livro de Altamiro Borges ajuda na construção da CTB

O sétimo livro do jornalista Altamiro Borges, “Sindicalismo, resistência e alternativas”, é uma ferramenta valiosa na construção da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). O autor parte da premissa de que vivemos um momento mais favo

Os fatos e análises que justificariam esse “otimismo cauteloso” são inquestionáveis. No primeiro capítulo, o livro aborda a grave crise dos EUA, o “império do mal”, que afundam no pântano da ocupação do Iraque e na recessão econômica, arrefecendo o seu poder unipolar e abrindo brechas para o avanço das lutas dos povos pela soberania nacional e pelo desenvolvimento. Neste novo cenário, o autor destaca a inédita mudança de ventos na América Latina, com a vitória de vários governantes progressistas e de esquerda, alguns deles oriundos da própria luta sindical e popular.


 


Nova realidade sindical


 


No segundo capítulo, o jornalista analisa a conjuntura brasileira. Para ele, o segundo mandato do presidente Lula é mais favorável às mudanças. Apesar de ainda tímida e sabotada pela ortodoxia do Banco Central, a economia vive um ciclo de expansão, o que gera mais empregos e fortalece o poder de pressão dos trabalhadores. Tanto que, em 2007, quase 90% das categorias sondadas pelo Dieese tiveram aumentos reais de salário. Predomina ainda um clima de maior democracia no país, com o governo não criminalizando as lutas populares. O maior obstáculo às mudanças partiria de São Paulo, “laboratório e palanque dos neoliberais”, analisado no terceiro capítulo.


 


Com base nesta análise da conjuntura mundial e nacional, Altamiro Borges aborda as mudanças e as perspectivas do movimento sindical – alvo de três longos capítulos. Para ele, “o sindicalismo brasileiro vive uma situação paradoxal. Por um lado, mantêm-se os fatores que o levaram à crise estrutural – taxas recordes de desemprego, a ofensiva neoliberal e a reestruturação produtiva. Por outro, agora surgem sinais de retomada da economia que propiciam melhores acordos salariais e importantes vitórias pontuais. Esta nova realidade possibilita que o sindicalismo reexamine autocriticamente a sua prática e adote posturas mais ofensivas e ousadas”.


 


Os desafios da CTB


 


O aumento da sindicalização, após longo período de declínio, o veto presidencial a Emenda-3, a legalização das centrais, entre outros avanços, reforçariam a tese principal do autor e indicariam a possibilidade de uma nova ofensiva sindical. “Há clima hoje para discussão, por exemplo, da greve geral pela redução da jornada de trabalho e pela ratificação das convenções da OIT. Há condições para deflagrar ampla jornada cívica por reformas estruturais no país, que combatam as brutais desigualdades sociais. O sindicalismo hoje pode e deve retomar a iniciativa política, superando a agenda negativa do ‘partido da mídia’ e as mesmices do governo Lula”.


 


Para o autor, a CTB seria fruto desta nova realidade. Diante das limitações da CUT, que padece dos males do hegemonismo, do burocratismo e da ausência de autonomia diante do governo, ela surge como central classista, unitária e democrática, sintonizada com o cenário mais favorável à luta dos trabalhadores no Brasil e na América Latina. Ao combater a burocratização e os vícios do aparelhismo, aos apostar suas fichas na mobilização, organização e conscientização da classe, ao adotar táticas flexíveis diante do ambíguo governo Lula – apoiando o que há de positivo, mas preservando a autonomia para pressioná-lo no que há de negativo – e ao atuar de forma unitária e democrática, sem sectarismos, a CTB teria tudo para se tornar uma referência do sindicalismo.


 


O livro “Sindicalismo, resistência e alternativas” ainda apresenta um anexo com vários artigos de interesse imediato dos trabalhadores, abordando a evolução das centrais mundiais, o significado das convenções 151 e 158 da OIT, a defesa da previdência social, os avanços e limites do PAC, entre outros temas. Sem dúvida, é uma obra indispensável para formação de todos os dirigentes e ativistas sindicais, principalmente para os que estão empenhados na estratégica construção da CTB. Ele precisa ser lido por todas as lideranças classistas. Faça hoje mesmo seu pedido de cota – com desconto no preço de capa – Augusto Petta – Coordenador do Centro de Estudos Sindicais (019) 8138-9001.


 


*João Batista Lemos é membro da executiva da CTB e secretário sindical nacional do PCdoB.