Argentina: movimentos sociais fazem ato de apoio ao governo
Organizações sociais e prefeitos argentinos convocaram para a próxima quarta-feira (18) um ato de apoio ao governo de Cristina Fernández de Kirchner, em contraponto à Jornada Nacional de Protesto, programada para o mesmo dia pelas câmeras agropecuárias do
Publicado 17/06/2008 10:53
Os líderes sociais Edgardo Depetri e Luis D'Elia ratificaram nesta segunda-feira a convocação para o ato e acusaram de “golpistas” os produtores rurais que permanecem bloqueando as estradas do país.
“O bloqueio de estradas é o instrumento que está sendo usado pelos proprietários agrários para gerar uma situação de caos similar à que ocorreu em dezembro de 2001”, afirmou o deputado e dirigente sindical Edgardo Depetri, fazendo alusão à crise de 19 e 20 de dezembro de 2001, que provocou saques e mobilizações contra o governo do então presidente Fernando De la Rúa.
Já D'Elia vinculou a crise de 2001, que acelerou a renúncia de De la Rua, com o ex-presidente provisório, Eduardo Duhalde, a quem classificou como “chefe da conspiração” contra o governo de Cristina.
D'Elia assegurou que “Duhalde armou os saques” de 2001 e advertiu que “isso pode terminar como em abril de 2002 na Venezuela”, referindo-se à tentativa de golpe contra o presidente venezuelano Hugo Chávez.
“Estamos preparados para isso. Como a guerra é aberta e total, serão muito difíceis os tempos que virão”, previu D'Elia.
Desabastecimento
O conflito agrário gerou o desabastecimento de alimentos e combustíveis em dezenas de cidades do interior do país, devido ao bloqueio de estradas. As áreas mais atingidas são as rotas do sul de Córdoba (centro do país), os acessos a Rosário e a província de Entre Rios.
A Jornada Nacional de Protesto dos líderes agropecuários incluirá bloqueios de estradas, proibição da circulação de caminhões carregados de grãos e combustível e mobilizações em cidades do interior do país.
Organizações políticas e sociais que apóiam o locaute de proprietários agrários também convocaram para o dia 20 de junho um protesto na cidade de Rosário. No mesmo local, em 25 de maio passado, reuniram-se entre 200 mil e 300 mil pessoas em apoio aos empresários.
Por volta de 20 mil pessoas reuniram-se na noite de sábado na Praça de Maio, na frente da sede do governo argentino, em apoio ao governo de Cristina, enquanto em outros setores de Buenos Aires aconteciam manifestações de repúdio ao governo.
Fonte: Ansa Latina