Governo criará comitê gestor de programas sociais
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu criar um comitê gestor dos programas sociais do governo. A medida foi anunciada durante reunião com os ministros da área e com representantes da equipe econômica no Palácio do Planalto, informou uma pessoa
Publicado 22/07/2008 01:44
A idéia do presidente seria dar a um subordinado responsabilidade igual à da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que dirige o grupo gestor do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Assim, o presidente só seria acionado quando esse ministro escalado para coordenar a execução dos programas não conseguisse resolver os problemas sozinho. Considerada sobrecarregada pelo presidente, Dilma não receberia a missão.
O presidente desejaria entregar ao sucessor e a movimentos sociais um relatório com todas as realizações de seu governo. Segundo um participante da reunião, Lula teria dito que pretende deixar o Palácio do Planalto com um atestado de qualidade “ISO 15.000”. Para tanto, o presidente teria dito que o Executivo não criará mais nenhum programa social novo. A meta do governo seria entregar até 2010 tudo o que foi prometido.
Na reunião, o presidente teria mostrado satisfação com o número e o alcance dos programas sociais do governo. Não deixou, no entanto, de ouvir lamentos e se queixar de metas não atingidas. Os ministros reclamaram da falta de verbas e de dificuldades para fechar convênios com Estados e municípios. Segundo um participante da reunião, o presidente teria culpado a extinção da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) pela redução dos recursos disponíveis. O tributo renderia cerca de R$ 40 bilhões por ano aos cofres públicos, mas foi derrubado pelo Senado.
Apesar da arrecadação recorde, o governo aumentou em 0,5 ponto percentual o superávit primário com a criação do fundo soberano. A meta inicial para o superávit primário era de 3,80% do Produto Interno Bruto (PIB).
O presidente teria garantido aos ministros que, se houver mais dinheiro, os programas sociais receberão reforço. Sobre a dificuldade no relacionamento com Estados e municípios, o presidente teria recomendado que os ministros tentem estreitar o diálogo com governadores e prefeitos.
Na visão de Lula, a dedicação à área social se deve à história de militância das pessoas que compõem o seu governo. “Isso acontece porque o governo está colocando em prática a sua militância social que dá mais sensibilidade ao nosso trabalho”, teria dito o presidente a ministros.
Fonte: Reuters