Diretor da Abin: Jobim foi mal informado sobre maleta

O diretor de contra-inteligência da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Maurício Fortunato, disse em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Escutas Telefônicas que o ministro da Defesa, Nelson Jobim, foi mal assessor

Segundo ele, os equipamentos comprados pela agência em conjunto com o Exército, foram adquiridos para realizar varreduras e não interceptações. “No meu entendimento, tenho o maior respeito pelo ministro Jobim, mas acredito que ele tenha sido mal assessorado tecnicamente”, afirmou.



Paulo Lacerda



Nesta terça-feira (9), o diretor afastado da Abin, Paulo Lacerda, também contestou a informação dada por Jobim. “Afirmo, como diretor da Abin, que ela não possui (maletas que fazem grampos). Se o ministro Jobim falou, o senhor deve perguntar a ele”,  respondeu ao senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) na Comissão Mista de Controle de Atividades de Inteligência do Congresso Nacional.



Segundo Lacerda, o aparelho é usado apenas para varreduras. “A Abin não possui equipamentos para ouvir ou realizar gravações, apenas para fazer varreduras”, disse.



Lacerda voltou a dizer que não teve participação na interceptação telefônica de autoridades. “Não comandei, não participei, não compactuei e muito menos tomei conhecimento de qualquer ilegalidade por parte da Abin. Quero deixar clara a minha repulsa quanto a isso”, disse.



“Não existe prova da participação da Abin em escutas ilegais”, completou.



Paulo Lacerda afirmou nunca ter sido condenado por atividades realizadas ao longo de sua carreira. “Jamais fui condenado por qualquer prática. Não existe no meu currículo absolutamente nada de que pudesse me envergonhar. Não confundam a minha postura profissional com o acobertamento de irregularidades”, afirmou.



Da redação,
com agências