Mulheres podem vencer eleições em 15% das capitais

Se as eleições fossem hoje, 15% das capitais seriam governadas por mulheres. O Brasil passa para 142º lugar no ranking mundial sobre participação das mulheres nos Parlamentos. Na América Latina, o Brasil é o pior colocado entre os países que adotam cot

O lançamento do site, nesta quarta-feira (10), faz parte da campanha Mais Mulheres no Poder. Eu assumo este compromisso, lançada no último dia 27 pelo Conselho Nacional dos Direitos da Mulher e Fórum Nacional de Instâncias dos Partidos Políticos, com o apoio da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República.



Entre as informações já cadastradas no site, uma delas dá conta de que quatro candidatas têm chances de vencerem as eleições deste ano nas capitais. Se as eleições fossem hoje, 15,38% das capitais seriam governadas por mulheres, ao invés dos 7,69% da última eleição, o que representaria um crescimento de 100% em relação a 2004, quando apenas duas mulheres foram eleitas prefeitas de capitais: Luizianne Lins (PT), em Fortaleza (CE), e Teresa Jucá (PPS), em Boa Vista (RR).



Sete candidatas têm chances de ir ao segundo turno, nas capitais, com possibilidades de ao menos quatro vencerem, segundo as pesquisas de intenção de voto. No caso de vitória das sete candidatas – as mulheres seriam 26,92% do executivo municipal nas capitais.


Na pesquisa Data Folha divulgada domingo (7), em São Paulo, maior colégio eleitoral, Marta Suplicy (PT) tem 40% das intenções de voto, seguida por Geraldo Alckmin (PSDB), com 22%.



Em Fortaleza, a candidata à reeleição Luizianne Lins (PT) registra 44% das intenções de voto enquanto seu adversário Moroni Torgan (DEM) tem 22%, de acordo com pesquisa divulgada pelo mesmo instituto na segunda-feira (8).


 
Segundo pesquisa Ibope divulgada em 29 de agosto, em Natal, a candidata Micarla de Sousa (PV) tem 50% das intenções de voto, à frente da também candidata Fátima Bezerra (PT), com 25%.



Pesquisa do instituto divulgada no sábado (6) em Belém indica disputa acirrada entre o candidato à reeleição, Duciomar Costa (PTB), 24%, e a candidata Valéria (DEM), 22%.



Chances de segundo turno



De acordo com o Datafolha, em Porto Alegre, duas candidatas têm empate técnico em segundo lugar: Manuela D´Ávila (PCdoB) e Maria do Rosário (PT) com 17% das intenções de voto, contra 34% do candidato José Fogaça (PMDB).



Em Belo Horizonte, a candidata Jô Moraes (PCdoB) tem 13% e divide o segundo lugar com Leonardo Quintão (PMDB) com 12%, contra o candidato Mário Lacerda (PSB) que tem 42%.



Em 26 capitais, nove não têm nenhuma mulher concorrendo. Dados da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres mostram que apenas Porto Alegre alcançou equilíbrio entre homens e mulheres no processo eleitoral: quatro candidatos e quatro candidatas.



Maioria do eleitorado



Os números ainda são pequenos considerandos que as mulheres representam 51,73% do eleitorado. As eleitoras somam cerca de 67,5 milhões, superando em quase cinco milhões os homens. Apesar de ocupar cada vez mais espaços em diversos setores da sociedade, na política a evolução é lenta. Os dados falam por si: no Senado são 12,3%; na Câmara dos Deputados, 8,9%; nas Assembléias Legislativas e Distritais são 11,6%; e nas Câmaras Municipais, 12,6%.



Nas próximas eleições, as candidaturas femininas representam 21,34% e as masculinas 78,66%, o que demonstra que os partidos não estão seguindo a lei eleitoral que estipula uma cota mínima de 30% e uma cota máxima de 70% para qualquer um dos sexos, nas eleições proporcionais.



Pior posição



O Brasil passou da 146ª para a 142ª posição no ranking mundial sobre a participação de mulheres nos Parlamentos Nacionais, atualizado mensalmente pela União Interparlamentar (UIP), organização internacional com sede em Genebra, na Suíça.



A alteração da posição brasileira não foi resultado de avanços da presença feminina no Congresso Nacional, mas de eleições realizadas em outros países que se deslocaram na classificação geral da UIP.



A pequena melhoria não altera a constrangedora situação brasileira no universo de 188 países que integram a classificação da UIP. Entre os países da América Latina o Brasil só fica à frente do Haiti e Colômbia.



Diversos países latino-americanos desde os anos 1990 vêm adotando o sistema de cotas partidárias mínimas para candidaturas femininas, tentando incorporar políticas públicas de eqüidade de gênero no exercício da democracia participativa e inclusiva.



Dos países que não adotaram cotas, como Chile, Colômbia, El Salvador, Guatemala, Nicarágua, Uruguai e Venezuela, a presença feminina no parlamento é em média 14%. Entre os que adotaram, são 20,5% de representação feminina. Argentina e Costa Rica apresentam os melhores resultados: passaram de 6% e 14% para 38,3% e 36,8% respectivamente. O Brasil apresenta o pior resultado: 8,8%.



De Brasília
Márcia xavier
Com informações do site www.maismulheresnopoderbrasil.com.br