Vamos para o segundo turno e vamos vencer, afirma Berfran

Em entrevista ao Portal Vermelho, Berfran Rosado, candidato a vice o na chapa de Manuela D'Ávila à prefitura de Porto Alegre, comenta como está a campanha eleitoral na capital gaúcha, responde às críticas à aliança com o PCdo

Berfran Rosado é natural de Rosário do Sul e está em seu terceiro mandato como deputado estadual na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul. Engenheiro Civil, com especialidade em Planejamento de transporte, Berfran tem MBA em Gestão Ambiental. Presidente do PPS-RS, é o candidato a vice-prefeito na coligação Porto Alegre é Mais, encabeçada pela deputada Manuela d'Ávila.


 


VermelhoBerfran, a primeira dúvida de nossos leitores é sobre como foi construída a aliança entre o PPS e o PCdoB.


Berfran – Nossa aliança não é só entre o PCdoB e o PPS, é uma aliança que envolve sete partidos, envolve o PCdoB, o PPS e também o PSB, PR, PTN, PMN e PTdoB.  Construímos esta aliança por acreditar na possibilidade de estabelecermos um novo tempo na política do nosso Estado. Por muitos anos, enfrentamos uma verdadeira guerra, onde quem perdeu foi a cidade e o Estado. Para não mantermos esta lógica, construímos uma aliança entre diferentes, porque Manuela representa a oportunidade de avançarmos, de termos uma nova postura, com respeito às diferenças, mas com visão estratégica a longo prazo sobre as políticas públicas necessárias para Porto Alegre. Esta aliança foi construída com muita habilidade, pois ainda que tenhamos visões distintas sobre diversos pontos, nos concentramos naquilo que é fundamental para nossa cidade, a necessidade de preservarmos as conquistas das outras administrações, e ao mesmo tempo, lutar para tirar Porto Alegre da catatonia política que a atual adminstração tem empregado como método de gestão.


 


VermelhoOutros candidatos tem criticado esta aliança afirmando que o PPS e o PCdoB são adversários históricos…


Berfran – Esta é uma visão muito estreita da política. Ao contrário disso, tivemos a coragem para deixar o terreno das certezas absolutas e ouvir outras opiniões. A falta desta coragem, de ouvir, de dialogar já produziu resultados muito negativos em Porto Alegre. Fazer política com ''faca na bota'' , pode até fazer bem para o ego, servir para o brilhantismo do discurso político, mas prejudica imensamente a sociedade. Já vivemos um período onde só um lado do Rio Grande imaginava ter razão e agia pautado por estas convicções. Juntos, formamos o novo. Fizemos uma coligação pautada pelas idéias e não pelos cargos. É natural que o PSB, assim como o PCdoB e o PPS busquem construir seu espaço político próprio.


 


VermelhoE como é o debate entre vocês? O Rio Grande do Sul é o único estado em que um dos líderes da oposição ao governo é o próprio vice-governador…


Berfran – (risos) A convivência da nossa coligação é muito boa. A prática do diálogo não é apenas uma bandeira. Os partidos da coligação têm uma sintonia muito fina. Temos foco nas ações e naquilo que é importante. Não nos perdemos em detalhes ou pequenas disputas.


 


VermelhoOutra pergunta inevitável, haverá privatizações no governo Manuela?


Berfran – As privatizações não estão em pauta, este foi um modelo que já passou. O que está em discussão hoje é a modernização da gestão da prefeitura, a informatização de serviços, a agilização dos procedimentos. O que está em debate hoje é o desenvolvimento de nossa cidade, qualidade no atendimento e melhoria na saúde.  O Estado tem que ter o tamanho adequado para isso, ou seja: tem que ser pequeno na burocracia e grande nos serviços prestados à nossa população, em especial nas políticas sociais, pois é nesta área que a administração deve se fazer mais presente. Por isso, nosso programa de governo não prevê nenhuma privatização, apenas a desburocratização da máquina, a otimização da administração e incremento nos investimentos. O que queremos, é sim, estabelecer parcerias com o setor privado. Neste sentido, iremos investir nosso tempo e energia para trazer a Porto Alegre os investimentos necessários para adaptar nossa cidade à Copa de 2014, vamos transformar Porto Alegre na capital tecnológica do Mercosul, superando, como diz a Manuela, os ''falsos dilemas'' entre investimentos públicos e privados.


 


Vermelho – Outra crítica que tem sido dita pelos adversários é a falta de experiência da Manuela à frente do executivo, como você vê isso?


Berfran – A Manuela tem a mesma experiência dos outros candidatos, a experiência no Parlamento. Com exceção do atual prefeito, que está na sua primeira gestão, todos os outros são parlamentares. No entanto, ela tem uma energia e uma vontade muito grande. Para construir o novo, é preciso esta energia. A diferença é que ela tem 27 anos, mas tem experiência  como vereadora e também como deputada federal. Eu já estive no executivo, e posso te afirmar que a responsabilidade, o cuidado e a competência de Manuela a credenciam plenamente para a Prefeitura, este é o verdadeiro debate. Outras candidaturas, de postulantes mais velhos, não conjugam estas qualidades, Ou não têm responsabilidade, ou não têm cuidado e respeito com a máquina pública ou, simplesmente, não têm competência e vontade política.


 


VermelhoPor fim, qual a expectativa neste último mês de campanha?


Berfran – Tenho assistido o crescimento da campanha nas ruas. As pesquisas registram um momento, um retrato da realidade em um determinado período. Hoje, eu vejo claramente que iremos para o segundo turno e iremos vencer. Porto Alegre quer mais saúde, mais educação, mais emprego e mais desenvolvimento. E o projeto político que pode trazer isso é o nosso.


 


De Porto Alegre,
Gustavo Alves