Forças Armadas ocupam favelas do Rio, mas moradores se dizem intimidados

Homens das Forças Armadas ocupam desde o dia 11 sete favelas cariocas, no primeiro dia da Operação Guanabara. Os militares vão reforçar a segurança durante parte do período eleitoral em 28 comunidades mapeadas pela Justiça Eleitoral, no Rio de Janeiro.

Em Cidade de Deus, cerca de 500 homens, fortemente armados, com apoio de carros blindados e um helicóptero, estão em pontos considerados estratégicos. Os moradores, no entanto, ainda se dizem intimidados pelo tráfico de drogas e evitam dar declarações à imprensa.



O motoboy Sérgio Marcos da Silva, que mora no local, se arriscou a dizer que a presença dos soldados, que ficam até próximo sábado (13), não resolverá os  problemas dos moradores. “Para a gente isso não melhora nada. Depois que eles forem embora a comunidade ficará a Deus dará.”



A Operação Guanabara conta com 3,5 mil soldados do Exército e da Marinha. Eles vão patrulhar 27 comunidades do Grande Rio e a cidade de Campos, no interior do estado. A ocupação será itinerante, de modo que as tropas só ficam três dias em cada comunidade, à exceção de Campos.



Até o final da manhã, a situação na zona oeste, que tem três favelas ocupadas, estava tranqüila. O comércio e as escolas funcionavam normalmente. O Exército, responsável pela área, não registrou nenhum tipo de ocorrência. Já os fiscais da Justiça Eleitoral recolheram faixas e bandeiras consideradas irregulares.



No primeiro dia, foram ocupadas sete comunidades do Rio de Janeiro: Cidade de Deus, Rio das Pedras e Gardênia Azul, todas na zona oeste, e Vila do João, Vila dos Pinheiros, Conjunto Esperança e favela Nova Holanda, no Complexo da Maré, além de Campos. As comunidades da Maré ficarão a cargo dos Fuzileiros Navais e as demais, do Exército.



As outras comunidades que terão presença das Forças Armadas são as seguintes: Vila Aliança, Taquaral e Coréia, Rocinha e Vidigal, Jacarezinho, Antares, Carobinha e Barbante, Lixão e Gramaxo, Pilar e Beira Mar, Acari, Amarelinho e Sapo, Salgueiro (São Gonçalo), Alemão e Vila Cruzeiro.



A escolha das localidades foi feita pelo TRE, depois que políticos e jornalistas foram intimidados por homens do tráfico ou de milícias, que apóiam seus próprios candidatos.