Márcio Pochmann: sindicato precisa disputar opinião pública
Após dar uma verdadeira aula sobre as transformações políticas e sociais ocorridas no Brasil a partir da década de 30, o presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Márcio Pochmann, apontou a necessidade de repensar a organização do tra
Publicado 16/09/2008 12:54
Além de fazer um relato histórico detalhado sobre as mudanças que ocorreram no Brasil, tanto na economia quanto na estruturação da sociedade, Pochmann falou sobre a conjuntura atual e a importância da convergência política para que o governo faça as escolhas certas rumo ao desenvolvimento.
Confira algumas das principais declarações do economista:
“Desde a revolução de 30 até os anos 80 houve um ciclo de expansão e de transformações gigantescas. O Brasil passa de uma economia primária para um processo de industrialização e urbanização. Estas mudanças também fizeram surgir uma classe trabalhadora de grande significado. A transição do homem do campo para cidade, de maneira geral, representou uma relativa ascensão social''.
''Depois deste período tivemos três décadas que foram uma verdadeira tragédia para o país, representando regressão econômica e social. O desemprego cresceu, a distribuição de renda piorou e houve um processo de destruição do sistema produtivo''.
''De 2005 para cá começamos a pensar a longo prazo. Voltamos a ter uma visão de futuro e de otimismo em relação ao país. Escolhas devem ser feitas considerando o que vem pela frente. Estamos vivendo um momento melhor que vai depender da maioria política''.
''Em conseqüência disto, precisamos repensar a organização do trabalho e do próprio movimento sindical. Se não fizermos as propostas, outros farão. É necessário um novo olhar, especialmente quando estamos falando de uma nova classe trabalhadora, que não tem nada a ver com a dos anos 80''.
''O sindicato tem que disputar a opinião pública. Precisamos preparar dirigentes com visões de mundo e capacidade de fazer a disputa. Hoje existem no Brasil 70 mil dirigentes sindicais liberados. Não existe isso em nenhum outro país”.
Fonte: Feeb-RS