Tarso garante “inquérito exemplar” no caso Romero Menezes

O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse nesta quarta-feira (17), em coletiva à imprensa, que a prisão de Romero Menezes, diretor-executivo da Polícia Federal (PF), foi uma “grande surpresa”. Segundo ele, bastaria que o delegado fosse afastado da fu

Menezes é investigado por suspeita de prática de advocacia administrativa e corrupção passiva. Ele teve a prisão determinada pela Procuradoria da República do Amapá.



Para Tarso, a prisão do delegado não significa constrangimento para a corporação e mostra que ninguém na estrutura do Estado está acima da lei. “A Polícia Federal sai valorizada deste evento, porque não teme cortar na própria carne”.



O ministro garantiu um inquérito exemplar e rigoroso, de acordo com a conduta de Menezes nos trinta anos de serviço público. “Se houver alguma culpabilidade, ele sofrerá a pena correspondente”, afirmou.



O delegado foi solto nesta madrugada, por determinação do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.



Operação Toque de Midas



À cúpula da Polícia Federal e ao ministro Tarso Genro, o delegado Romero Menezes disse que seu pedido de prisão se deve em grande parte a um conflito pessoal com o superintendente da PF do Amapá, delegado Anderson Rui Fontel.



De acordo com Menezes, um dos principais motivos para o desentendimento foi a Operação Toque de Midas, que investiga suspeitas de irregularidades do grupo EBX, do empresário Eike Batista, em licitações de concessões de ferrovias.



Menezes também falou que, na condição de diretor-executivo da PF, conversou com os delegados responsáveis pela operação, inteiramente conduzida pela superintendência do Amapá. Segundo ele, os elementos levantados eram fracos e a operação deveria ser adiada para tentar tornar as provas mais consistentes.



Sua preocupação era que a PF já vinha sofrendo desgaste muito grande com a Operação Satiagraha e que uma operação fraca contra uma pessoa rica e influente como Eike Batista naquela época prejudicaria ainda mais a imagem da corporação.



De acordo com a versão de Menezes, ele recomendou que o empresário não fosse preso, como chegou a ser cogitado, por causa da “inconsistência” dos indícios.



Dias após a recomendação do delegado, a operação foi deflagrada antecipadamente, sob o argumento de vazamento de informações –este fato é uma das suspeitas levantadas pelo Ministério Público Federal contra Menezes.



Ele também teria se desgastado por intervir a favor de seu irmão, José Gomes Menezes Júnior, que trabalha para Serv San, prestadora de serviços do grupo EBX.



Menezes afirmou a conhecidos que ligou para a PF do Amapá pleiteando uma decisão sobre um pedido da Serv San para atuar no campo de vigilância. Ele afirmou, contudo, que teria determinado à superintendência local que seu irmão não tivesse nenhum tipo de privilégio.



Com informações do Ministério da Justiça e do portal UOL