PE: humilhação, descaso e assédio geram protestos em Suape

Trabalhadores do Estaleiro Atlântico Sul, localizado no Complexo Industrial e Portuário de Suape, em Ipojuca, Litoral Sul de Pernambuco, pararam os trabalhos no início da manhã de segunda-feira (22) para reivindicar melhoria nas condições de trabalho. Ele

Segundo a diretora do Sindicato dos Metalúrgicos de Pernambuco, filiado à CUT-PE, Maria Auxiliadora, os trabalhadores reclamam que exercem suas atividades num regime de 12 horas diárias, sem recebimento de hora extra nem adicional de insalubridade. Além disso, eles reclamam que a alimentação é ruim.


 


Segundo Maria Auxiliadora, a empresa só quer negociar se os trabalhadores retornarem ao serviço. “Mas não vamos sair daqui”, assegurou. Os manifestantes aguardavam desde as 6 horas na 1ª guarita do Complexo de Suape por representantes do Estaleiro. “Formamos uma comissão com dez pessoas para negociar, mas eles só querem cinco”, reclamou.


 


O Batalhão de Choque da Polícia Militar, mais uma vez esteve no local, para intimidar trabalhadores e sindicalistas. Dois manifestantes chegaram a ser detidos no início dos protestos, mas foram soltos. No horário, os trabalhadores decidiram suspenderam o protesto que estavam realizando em frente à empresa, mas, de acordo com Auxiliadora, a paralisação ainda vai continuar por tempo indeterminado.


 


Nesta terça-feira (23) foi realizado mais mais um protesto exigindo direitos. O deputado federal Fernando Ferro (PT) marcou presença em Suape e apoiou às manifestações dos operários que estão comendo o “pão que o diabo amassou” no estaleiro.


 


Na tarde da segunda, a comissão da categoria foi ao Ministério Público do Estado (MPPE) para entregar a pauta com as reivindicações dos trabalhadores. “Vamos esperar que o Ministério Público marque uma reunião para fazer a mediação entre a empresa e o sindicato”, disse Auxiliadora.


 


Os trabalhadores ainda acusam os patrões de assédio moral. “ Os trabalhadores são vítimas de patrões que não cumprem acordos e desrespeitam as leis do trabalho” assinalou a sindicalista.