Diário do Povo: vôo espacial é grande passo para a China

A grande vedete dos jornais chineses desta semana, sem dúvida, foi o bem-sucedido lançamento ao espaço da astronave Shenzhou-7, com três tripulantes a bordo, que vai empreender a primeira caminhada chinesa no espaço. O jornal do Partido Comunista da China

Em 25 de setembro, o Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan da China empregou um foguete Changzheng-2F para enviar a nave espacial Shenzhou-7 ao espaço, de maneira que os astronautas Zhai Zhigang, Liu Boming e Jing Haipeng pudessem emprender a terceira viagem espacial tripulada da China.



A partir de um astronauta na nave Shenzhou-5, dois na Shenzhou-6 e até os três da presente missão, o progresso da Shenzhou-7 não é apenas o do aumento no número de tripulantes em vôo, mas sim, em maior grau, um importante salto em tecnologia espacial chave: a Shenzhou-7 cumprirá, pela primeira vez, a tarefa de realizar uma missão externa, tornando realidade o sonho da “caminhada espacial” para os chineses.



Além de sair da cabine, o astronauta chinês realizará, no curso desta missão, uma experiência científica no espaço exterior — ensaio de revelação de material lubrificante sólido e de material básico de célula solar; recolher as amostras de experiências fora da cabine será o conteúdo principal das atividades externas.



Será colocado em órbita um pequeno satélite, que acompanhará o vôo do módulo orbital. Esta será a primeira vez que a China libera em órbita um pequeno satélite e também a primeira experiência de vôo de acompanhamento.



O primeiro satélite lançado ao espaço, no primeiro semestre deste ano, Tianlian-1, será plenamente testado durante a missão da Shenzhou-7. O uso de satélites repetidores poderá elevar enormemente a área de cobertura e eficiência da rede chinesa de medição e controle.


 


O grande salto tecnológico é uma importante característica da missão Shenzhou-7 e, por trás deste salto tecnológico, estão desafios e riscos sem precedentes. A saída da cabine será o ponto mais espetacular da missão e também seu ponto mais difícil. Durante a missão será testado o traje espacial fora da cabine e o módulo de comporta de ar, ambos construídos na China



Desafiando a prática internacional de sair da cabine somente 72 horas depois de entrar em órbita, um astronauta da nave deverá superar as influências da falta de gravidade e cumprir a tarefa de sair da cabine em menos de dois dias após a entrada em órbita, o que constituirá, sem dúvida alguma, um rigoroso teste físico, psicológico e de capacidade do astronauta.



Além disso, a nave, com capacidade padrão de três tripulantes, voa pela primeira vez completamente carregada, o que estabelece também um importante teste para os sistemas de controle de ambiente e garantia de vida.



“Com dificuldades e desafios sem precedentes”, um pequeno passo dado pelo astronauta da Shenzhou-7 no espaço será um enorme passo do projeto de vôo espacial tripulado da China. Para dar este passo, é necessária sabedoria e, mais ainda, valor.



Temos plena confiança no primeiro vôo da primeira fase do segundo passo do projeto de vôo tripulado chinês. Abrigamos no coração uma radiante ilusão sobre o futuro desenvolvimento do vôo tripulado da China. De acordo com o programa, após realizadas as atividades externas, o próximo objetivo da China será o de “reunir e acoplar”. Para então lançar naves que possam reunir-se e acoplar em vôo.



A expectativa é que este objetivo se transforme em realidade dentro de um prazo bastante extenso. De acordo com o programa de “três passos” do projeto de vôo espacial tripulado, entre as tarefas do segundo passo também estão o desenvolvimento e o lançamento de um laboratório espacial que permitirá breves visitas e, em seguida, a construção de uma estação espacial com tripulação permanente, no que é designado como terceiro passo do projeto espacial chinês.



O projeto de vôo espacial tripulado da China foi iniciado em 1992 e, até hoje, já lançou sete naves, três delas não tripuladas, depois de ter dominado numerosas tecnologias chave para o vôo tripulado.



O vôo tripulado chinês foi iniciado aproximadamente 40 anos depois do soviético, mas a partir de um ponto elevado e, em seu conjunto, levando a bordo características e progressos tecnológicos chineses.



Em 16 anos, a China conseguiu desenvolver plenamente a vantagem de concentrar a força em assuntos primários, organizou-se de forma esmerada, obteve uma direção e execução primorosas, o que permitiu que o vôo espacial tripulado avance passo a passo.



Cada passo dado neste avanço leva o vôo espacila chinês a uma nova altitude e lança uma base sólida para o próximo passo a desenvolver.



“Aguardamos o vitorioso retorno dos astronautas da Shenzhou-7! Fazemos votos que a via espacial da China vá cada vez mais distante!