Obama quer ajuda a mutuários em pacote pró-bancos

O candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Barack Obama, reiterou nesta sexta-feira (26) que o pacote para enfrentar a crise financeira do país tem de contemplar a ajuda aos proprietários de imóveis.

Em reunião com Obama e o candidato republicano, John McCain, para tentar fechar o apoio do Congresso ao pacote, o presidente dos Estados Unidos George Bush, resistia a aceitar a inclusão da ajuda aos mutuários.



''Nós não podemos simplesmente ajudar Wall Street sem ajudar os milhões de proprietários inocentes que estão em dificuldade para manter suas casas. Eles merecem um plano também, declarou o candidato democrata.



A inclusão da ajuda aos mutuários é um dos principais obstáculos à conclusão do acordo entre as partes. Em termos geral, o Congresso dos Estados Unidos declarou seu apoio ao pacote de US$ 700 bilhões proposto por Bush, mas existem vários pontos pendentes.



De acordo com informações obtidas pela emissora de televisão britânica BBC, a Casa Branca teria cedido em dois pontos da proposta original, para facilitar a aprovação pelo Congresso.



''O governo teria concorda em limitar os bônus dos executivos de companhias a serem beneficiadas com dinheiro público; e que a implementação do plano passe a ser supervisionada de forma independente'', diz a BBC.



Um acordo inicial foi anunciado à tarde pelo senador democrata Christopher Dodd, presidente do Comitê de Bancos do Senado, após quase três horas de negociações entre líderes democratas e republicanos: ''Alcançamos um consenso fundamental sobre um conjunto de princípios'', afirmou Dodd, em Washington, sem, porém, dar detalhes.



O senador republicano Robert Bennett também confirmou as linhas gerais do acordo. O encontro de Bush, Obama e McCain, em Washington, tenta resolver as questões polêmicas.


 


McCain vai ao debate



O candidato republicano confirmou que comparecerá ao primeiro debate entre os candidatos, marcado para a noite desta sexta-feira.



Na quarta-feira, McCain havia solicitado adiamento do debate, enquanto o administração Bush corria na elaboração de um pacote de resgate do mercado financeiro de US$ 700 bilhões.



Entretanto, a chefia de sua camapanha afirmou hoje que “significantes progressos” foram assinalados no acordo e que, assim , o senador por Arizona poderia reassumir “todas as atividades” de campanhas, inclusive o debate com Obama na Universidade de Oxford, em Mississippi.



Em seguida, o candidato deve retornar a Washington para “continuar a trabalhar em um plano de resgate”, de acordo com sua campanha.



O pedido de McCain para adiar o debate — o primeiro de três programados entre os dois candidatos antes do dia 4 de novembro — foi duramente criticado por Obama, que acusou McCain de “injetar políticas presidenciais em delicadas negociações”.



Harry Reid, o líder da maioria (democrata) do senado, também acusou o republicano de “ferir o processo”.



Entretanto, a campanha de McCain afirmou que a decisão de suspender temporariamente a campanha havia sido tomada com a “esperança de que novas políticas pudessem ajustar os problemas da crise econômica”, condenando os democratas por fazerem o jogo do “quanto pior, melhor”.