Lula aposta em marca de 2,2 milhões de empregos neste ano

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (29) que a economia brasileira vive uma fase “auspiciosa” de crescimento. Ao comentar os índices de emprego e desemprego apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (


Em seu programa semanal de rádio, Lula falou também sobre a crise financeira dos Estados Unidos e pediu mais ética nas relações existentes nesse setor.



Confira abaixo a íntegra do programa:



Olá você em todo Brasil, eu sou o Luciano Seixas e começa agora o Café com o Presidente, o programa de rádio do presidente Lula. Olá presidente, como vai, tudo bem?
Tudo bem, Luciano.



O IBGE divulgou na semana passada os números de emprego no país. O que mostra a pesquisa, presidente?
Olha, a pesquisa mostra que nós estamos vivendo um momento muito importante no Brasil, na medida em que a economia cresce, já a vários trimestres consecutivos, e o crescimento da economia tem gerado oportunidade de trabalho para milhões de brasileiros. Os dados do IBGE mostram ainda um mercado de trabalho em franca expansão. Em agosto deste ano a taxa de desocupação baixou de 8.1 para 7.6 nas seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE. E é importante lembrá-lo, Luciano, que essa foi a menor taxa para o mês de agosto de toda a série histórica em que o IBGE acompanha essa questão do desemprego. Só para que o nosso ouvinte possa comparar, Luciano, no mesmo mês do ano passado a taxa de desocupação era de 9.5%. Portanto, a queda foi substancial. Além disso, é importante lembrar que esse ano, até o mês de agosto, nós já criamos quase 1 milhão e 800 mil novos empregos e se o ritmo continuar num crescendo, nós poderemos chegar no final deste ano com mais de 2 milhões e 200 mil empregos novos criados no Brasil, o que é um fato extremamente importante para o trabalhador brasileiro e para a sociedade brasileira.



É mais gente participando da economia do país. Mas e o salário do trabalhador? Acompanha o crescimento?
O salário do trabalhador para a minha alegria continua crescendo. E eu digo com muita alegria, Luciano, porque eu fui dirigente sindical nos anos 80, fizemos os maiores movimentos operários do Brasil e a gente não conseguia obter ganho real de aumento de salário. Na verdade, a gente brigava para repor a inflação e nem assim a gente conseguia. Se a gente fizer uma comparação do ano passado para esse ano, a gente vai perceber que o aumento real do salário foi de quase 6% ou seja 5.7%, o que é um crescimento importante. E nós sabemos que nós ainda precisamos fazer com que a massa salarial cresça ainda mais, porque é o que importa, na medida em que o trabalhador ganha um pouco mais, esse trabalhador vai comprar uma roupa, vai comprar um sapato, vai comprar mais comida, vai comprar eletrodoméstico, ou seja, vai fazer uma pequena poupança, vai arrumar a casa dele. E esse trabalhador ajuda a dinamizar a economia brasileira. E isso, é extremamente importante para uma economia emergente que está vivendo uma fase auspiciosa de crescimento como está acontecendo com o Brasil.



Presidente, esses números favoráveis, esse índice de emprego crescendo, podem ser sustentados mesmo diante da crise econômica mundial?
Olha, é importante lembrar que o Brasil nunca teve uma situação tão sólida como ele tem agora. Nós temos uma crise profunda nos Estados Unidos, entretanto, hoje nós estamos mais sólidos. Você percebe que a crise americana já está a quase um ano e até agora não houve nenhum problema com a economia brasileira. Por que? Porque nós estamos exportando mais, porque a economia está crescendo, então nós estamos preparados para crescer mesmo com a crise americana. Agora, é importante que o povo brasileiro saiba que uma crise de recessão num país importante como os Estados Unidos, pode trazer problemas a todos os países do mundo, porque eles representam a maior economia do mundo. Eu estou convencido de que o Brasil, se tiver que passar por algum aperto, será muito pequeno. Porque o Brasil, primeiro, diversificou a sua balança comercial, mas o que é mais importante, Luciano, é o nosso mercado interno. O nosso mercado interno, na medida em que a gente está crescendo, as empresas estão crescendo, fazendo novos investimentos, sabe, o trabalhador ganhando um pouco mais. Isso significa que nós vamos poder sustentar grande parte da nossa economia com o nosso mercado interno. Eu fiz questão de começar o meu pronunciamento na ONU denunciando a crise americana e chamando a atenção sobre o papel do funcionamento do sistema financeiro no mundo. O sistema financeiro também precisa ter muita ética e a minha idéia é que daqui para frente os Bancos Centrais possam se reunir em Basiléia (sede do banco de Compensações Internacionais, na Suíça) e tomar medidas duras para investigar e controlar o sistema financeiro no mundo, porque você não pode mais permitir que as pessoas transformem o banco num verdadeiro cassino aonde o que vale é a aposta, sem medir as conseqüências dessas apostas. Agora, é importante lembrar que o sistema financeiro brasileiro não está envolvido nessa crise. Essa crise, ela é dos banqueiros americanos, dos banqueiros europeus, mas não é dos banqueiros brasileiros. Portanto, é preciso que eles assumam responsabilidades.



Obrigado presidente Lula, e até semana que vem.
Luciano, antes de terminar eu só queria dizer aos nossos ouvintes que domingo tem eleições e que é importante que cada homem, cada mulher que tenha direito a voto compareça e escolha corretamente o seu candidato a vereador, o seu candidato a prefeito. Quanto melhor for o candidato escolhido, menos problema o povo terá nos próximos quatro anos. Por isso, compareçam e votem nessas eleições.



Ok, presidente. Muito obrigado.
Obrigado a você, Luciano.



Fonte: Presidência da República