McCain culpa Obama mas republicanos derrubaram o pacote

A campanha do candidato presidencial republicano nos Estados Unidos, John McCain acusou nesta segunda-feira (29) o democrata Barack Obama pela rejeição do pacote econômico de US$ 700 bilhões na Câmara. “Esse projeto falhou porque Barack Obama e os democra

Veja o quadro ao lado, tomado do site do The New York Times: dos 235 democratas, 140 votaram “Sim” ao pacote e votaram 95 “Não”. Entre os 198 republicanos, a situação se inverteu: 133 votaram “Não” e 65 “Sim”.



Enquanto a campanha McCain culpava Obama, o senador democrata responsabilizou os “oito anos de irresponsabilidade” do governo Bush pelo colapso econômico do país. Ele disse acreditar que, apesar da rejeição inicial, o pacote ainda será aprovado. “Estou confiante de que chegaremos lá”, declarou, acrescentando que “as coisas nunca são calmas no Congresso”.



Congressistas pensaram no mandato



A rejeição do pacote na verdade obedeceu ao critério de salvar o pescoço dos congressistas. O Proer de George W. Bush é rejeitado pela maioria dos cidadãos, como indicam as pesquisas: o americano médio vê nele uma maneira de salvar os banqueiros às custas dos contribuintes – e não está distante da verdade. Nestas circunstâncias, a a um mês da eleição que também renovará a Câmara e o Congresso, os parlamentares puseram seus mandatos em primeiro lugar.



Os analistas destacam que, na votação, mesmo os democratas que disseram “Sim” ao pacote foram aqueles que têm uma reeleição mais garantida. Como todos prevêem que os republicanos perderão cadeiras no Congresso em novembro, não foram apenas os princípios do “Estado mínimo” mas também os cálculos eleitorais que estiveram por trás do comportamento da maior parte da bancada do partido de George W. Bush e John McCain.



Para este, as duas últimas semanas desde a “segunda-feira maldita” de 15 de setembro criam uma situação de alto risco eleitoral. McCain foi obrigado a abandonar o seu discurso de toda uma vida em favor da ortodoxia neoliberal. Apoiou um pacote que é a maior intervenção estatal da história dos EUA, sabendo que o seu eleitor não concorda, mas jogando numa estabilização da crise graças a essa trilionára injeção de dólares. E ainda por cima viu o pacote ser rejeitado pela bancada do seu próprio partido.



Os observadores eram cautelosos nesta segunda-feira quanto aos efeitos eleitorais da derrota do Pacote na Câmara. Mas a maioria acredita que um novo plano não irá a votação antes de sexta-feira (3), deixando o mercado à solta neste intervalo. E muitos acreditam que a conta de um novo pacote terá que ser mais salgada que os 700 bilhões do original.



Clique aqui se quizer ver o mapa interativo do New York Times, mostrando o voto de cada congressista.



Da redação, com agências