Progressistas de todo o Rio, uni-vos

Nas campanhas eleitorais, as pesquisas podem apresentar muitos erros e às vezes são manipuladas. Mas, apontam tendências e probabilidades. Aqui no Rio elas estão a indicar que podem ir para o segundo turno o Eduardo Paes (PMDB) e o Marcelo Crivella (PR

Desunir a esquerda sempre foi um dos objetivos da direita. Muitas vitórias o conservadorismo tem conseguido em diversas partes do mundo por conta da desunião das forças progressistas. Há batalhas em que os setores mais conseqüentes da direita chegam a “escolher” o líder para representar a esquerda, às vezes um que só aparenta ser de esquerda, exatamente aquele a quem a direita derrotará mais facilmente.  É a conhecida tática de escolher “a esquerda que a direita gosta”.



Em outras situações, a divisão é mantida pela convicção que diversos partidos ou candidatos de esquerda tem do papel importante que podem cumprir, sendo “coerentes”, fazendo “a diferença”. E no final, independente das intenções, a tal “coerência” e a tal “diferença” ajudam a direita e pode garantir-lhe a vitória.



Se no segundo turno da eleição do Rio ficarem dois dos três candidatos, Eduardo Paes, Crivella ou Gabeira, será uma derrota séria das forças progressistas e da esquerda do Rio. Derrota igualmente séria do presidente Lula em nosso município. O Paes, é um vira-folha que esteve em seis partidos em quinze anos, que se destacou em CPI denunciando Lula como ladrão, querendo levar o filho de Lula para depor, e que agora, com a cara mais limpa, se apresenta como lulista. O Crivella é um religioso fundamentalista com idéias anacrônicas; e o Gabeira, um engodo político, que faz aberta oposição à política popular do governo Lula.



A base progressista e de tradição de esquerda no Rio tem seis candidatos. Um exagero. Politicamente, todos têm defendido mais ou menos as mesmas idéias, mostrando que não há razões profundas que os diferenciem. O que os diferencia mesmo são as condições eleitorais, pois apenas um tem mostrado chances efetivas de passar ao segundo turno: Jandira Feghali.  



Se nenhum candidato da base progressista e de tradição de esquerda do Rio for para o segundo turno, será uma derrota para a qual terá contribuído a manutenção de seus candidatos sem condições de disputa, apenas para “marcar posição”, dificultando o desempenho da única candidata com reais condições de vitória, a Jandira. 



Ainda há tempo para os companheiros Alessandro Molon, Chico Alencar, Paulo Ramos, Edson Serra, Antonio Carlos tomarem uma posição significativa: unirem-se à campanha de Jandira. Isto, poderá desequilibrar o jogo político no Rio, garantindo êxito às correntes progressistas.  



Inspirando-nos em um refrão do velho revolucionário Karl Marx, em nome do povo de nossa cidade conclamamos: “Progressistas de todo o Rio, uni-vos”.