Bancos fechados: 15 estados aderem à greve dos bancários

A greve de 24 horas dos bancários chegou a 14 estados nesta terça-feira (30). Na capital fluminense, o Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro afirma que a adesão chega a quase 100% no Centro da cidade. Em São Paulo, a greve paralisou 220 agências e env

A categoria reivindica 13,23% de reajuste salarial e um novo modelo de Participação nos Lucros e Resultados (PLR): três salários mais um valor fixo de R$ 3.500, além de um vale-alimentação de R$ 415 e tíquete-refeição de R$17,50 por dia.


 


Segundo o Comando Nacional dos Bancários, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) rejeitou a proposta dos bancários e propõe 7,5% de reajuste sobre todas as verbas salariais e o mesmo modelo de PLR de 2007: 80% do salário mais valor fixo de R$ 878.


 


Os bancários do Rio fazem nova assembléia hoje, às 18h, na Galeria dos Empregados no Comércio (Av. Rio Branco, 120, 2º andar), para avaliar o primeiro dia de paralisação. A gerev chegou a 200 agências no Centro da capital, diz o sindicato.


 


São Paulo


 


A greve dos bancários paralisou 220 agências, entre pontos de atendimento e concentrações bancárias (seções administrativas), na cidade de São Paulo nesta manhã. Além da capital, houve paralisações no interior do estado.


 


Guarulhos, Guaratinguetá, São José dos Campos, Sorocaba, Araraquara, Bragança Paulista, Catanduva, Barretos, Limeira, Jundiaí, Presidente Prudente, Santo André e o ABC paulista aderiram ao movimento. Bauru já havia decidido pela greve por tempo indeterminado. A paralisação foi rejeitada em Franca, Presidente Venceslau, Ribeirão Preto e Rio Claro.


 


Bahia


 


As agências de bancos públicos e privados do bairro do Comércio, em Salvador, foram lacradas pelo Sindicato dos Bancários da Bahia nesta terça-feira. Os bancários fizeram piquetes, mas deixaram livre o acesso aos caixas eletrônicos. De acordo com o sindicato, a categoria fechou as portas de agências de vários outros bairros da cidade.


 


De acordo com o presidente do sindicato do estado, Euclides Fagundes, ''a contraproposta da Fenaban não nos satisfaz, porque dos 7,5%, só 7,15% são de inflação, o que reduziria o ganho real a 0,35%''.


 


''Só como exemplo: mesmo os menores bancos do Brasil tiveram lucro maior que o da Embraer no ano passado, que ficou em R$ 350 milhões. A lucratividade dos bancos chegou a R$ 57 bilhões, mas esse saldo é distribuído de maneira desigual entre os funcionários. Os executivos ganham uma parte muito maior, mas quem vende seguros, consórcios, e abre contas é o pessoal do atendimento'', disse José Barberino, diretor de saúde do Sindicato.


 


Segundo o sindicalista, é preciso também melhorar as condições de trabalho e acabar com o assédio moral. ''Os bancos estabelecem metas abusivas para os funcionários, mas não dá contrapartida. Ao contrário: só há piora. O Banco do Brasil, por exemplo, absorveu as contas do estado e não investiu em aumento de pessoal. O resultado é só estresse, tanto que os casos de distúrbios mentais já superaram os de LER (Lesão por Esforço Repetitivo) como principal causa de afastamento médico da categoria'', diz.


 


Euclides Fagundes está pessimista em relação ao surgimento de uma nova contraproposta por parte dos bancos e afirma que a categoria pode entrar em greve por tempo indeterminado a partir desta quarta. A decisão será tomada em assembléia a ser realizada às 18 horas, no Ginásio dos Bancários, Largo dos Aflitos. A definição afetará os trabalhadores da capital e de outos 300 municípios do interior que seguem as posições da seção Salvador. Outras cidades, como Feira de Santana e Vitória da Conquista, têm seções próprias, e cada uma tem autonomia para decidir seguir ou não a mobilização nacional.


 


Outros estados


 


Os sindicatos estaduais se reúnem hoje em assembléias para votar a paralisação por tempo indeterminado a partir do dia 8 de outubro. Os bancários de Curitiba fecharam aproximadamente 92 agências na capital e região metropolitana. As paralisações ficaram concentradas no centro e imediações, além dos bairros Portão e Cristo Rei/Alto da XV. Os terminais de auto-atendimento das agências ficarão à disposição dos clientes e usuários durante todo o dia. Estima-se que 7 mil bancários cruzaram os braços nesta terça.


 


A paralisação de 24 horas dos bancários atingiu aproximadamente 97 agências em Porto Alegre e região metropolitana até as 11 horas, conforme o Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (SindBancários). No Banrisul, a paralisação foi parcial, até as 12 horas.


 


Na Grande Vitória, 25 agências fecharam as portas nesta e outras seis paralisaram as atividades no interior do Espírito Santo. Entre as agências da Caixa Econômica Federal (CEF), a adesão foi de 100%, segundo o Sindicato dos Bancários do Espírito Santo.


 


Em Cuiabá, a mobilização ocorre desde as primeiras horas da manhã quando os bancários se reuniram na Rua Barão de Melgaço, na região central da cidade, onde distribuíram panfletos e conscientizar a população sobre a grave e os motivos que os levaram a fazer essa manifestação. Os funcionários dos bancos e sindicalistas percorreram agências bancárias de Cuiabá e Várzea Grande, para então, paralisar as atividades durante todo o horário de funcionamento dos bancos.


 


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