Lula elogia atletas e promete ainda mais apoio ao esporte

“É importante ganhar o ouro, mas isso não é tudo. A medalha de prata não diminui ninguém. O importante é saber que o atleta embarcou preparado para fazer o melhor. Ainda tenho dois anos e dois meses de mandato e podemos fazer mais pelo esporte. Vamos iniciar 2008 com uma proposta para melhorar a participação dos nossos atletas. Temos que ver se as estatais estão dando o apoio que podem dar e precisamos chamar a atenção dos maiores 100 ou 150 empresários do país para apoiar o esporte”, afirmou Lula. 

A cerimônia aconteceu no Palácio do Planalto e dela participaram o vice-presidente da República, José Alencar, o Ministro do Esporte, Orlando Silva Jr, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, o presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro, Vital Severino Neto e o Chefe de Missão Olímpica, Marcus Vinícius Freire, além de presidentes de Confederações. “Seria ótimo se todos os atletas brasileiros pudessem ganhar a medalha de ouro, mas não é assim. O que se espera do atleta é que ele faça o que está ao seu alcance, mas naquele dia o adversário pode estar melhor. Paciência, é do ser humano. Isso não justifica certas críticas que ouvi. Tem gente que passa quatro anos calado e na primeira falta de medalha de ouro passa a criticar”, destacou o presidente.

Fã incondicional do esporte, Lula reafirmou seu amor pelo Corinthians, Vasco, Náutico e Cruzeiro, e revelou sua emoção de assistir em Pequim a Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos. “Foi algo extraordinário, fantástico. É por causa disso que o Brasil merece fazer uma Olimpíada. Temos Londres 2012 pela frente, onde poderemos melhorar a nossa participação, e, se Deus quiser, o Rio de Janeiro em 2016”, afirmou, em referência à candidatura da cidade à sede dos Jogos Olímpicos.
O presidente do COB ressaltou as conquistas do Brasil em Pequim e agradeceu ao presidente Lula pelo apoio que o esporte vem recebendo do Governo. Ao lado da campeã olímpica Maurren Maggi, Nuzman ofereceu uma placa ao presidente da República. “A participação do Brasil em Pequim foi marcada por recordes de atletas (277), de atletas mulheres (133) e do número de finais (39). Foram 31 disputas diretas pela medalha de ouro, um aumento de 82,35% em relação a Atenas 2004. Existem países que investem em apenas uma modalidade, como é o caso da Jamaica, no atletismo, mas este não é o caso do Brasil. A evolução qualitativa do esporte brasileiro é inquestionável. Não podemos desconsiderar o valor da medalha de prata e de bronze. Mais uma vez, senhor presidente, o esporte olímpico brasileiro vem agradecer todo o apoio que temos recebido. O senhor é o presidente que mais fez, mais faz e mais fará pelo esporte brasileiro “, afirmou Nuzman.

O Ministro do Esporte Orlando Silva concordou com Nuzman. “Jamaica e Etiópia investiram tudo só no atletismo como forma de fazer propaganda política do país. Nosso objetivo é desenvolver o esporte como um todo. Se participamos de mais modalidades e de mais finais em Pequim é porque estamos melhor qualificados para isso”, justificou o ministro.

Além de Maurren Maggi, medalha de ouro no salto em distância, cerca de 25 atletas medalhistas olímpicos em Pequim estiveram na homenagem do presidente da República, entre eles Cesar Cielo, ouro nos 50m livre da natação e recordista olímpico da prova, Ketleyn Quadros e Leandro Guilheiro, ambos bronze no judô, e as jogadoras de futebol Barbara, Tânia, Erika, Maurine e Francielle, medalhistas de prata em Pequim. Entre os paraolímpicos, destaque para o judoca tetracampeão olímpico Antonio Tenório. “É um prazer estar aqui e poder agradecer a todos os que ajudaram o Brasil em Pequim. Estava em Macau fazendo a aclimatação e quando vi o presidente Lula na Cerimônia de Abertura cheguei a chorar de emoção. É importante ver o presidente de seu país ali, te apoiando. As medalhas e finais não vão parar por aqui, podem ter certeza”, disse Maurren.

Nos Jogos Olímpicos Pequim 2008 o Brasil conquistou um total de 15 medalhas, sendo 3 de ouro — todas inéditas (atletismo, natação e vôlei feminino), 4 de prata e 8 de bronze, disputou 39 finais e estabeleceu outras diversas conquistas inéditas, como a primeira medalha do taekwondo (Natália Falavigna), a primeira medalha feminina da vela (Fernanda Oliveira e Isabel Swan, na classe 470) e a primeira final na ginástica artística masculina e feminina, no salto com vara feminino e no revezamento feminino 4x100m.