Japão: brasileiros fazem nova greve e acionam Justiça
Operários brasileiros empregados em três unidades da fábrica de auto-peças Hikari Seikoh, localizada em Mie, tiveram na última quarta-feira (8), uma série de reuniões no Conselho Regional do Trabalho, em Tsu, capital da província. Diretores da fábrica
Publicado 14/10/2008 17:31
Em grupo de 60 operários os brasileiros estiveram na sede do sindicato Union Mie e assinaram procuração para a ação coletiva na Justiça. Reivindicam estabilidade no emprego, melhores condições de trabalho e reajuste salarial, sendo que o maior impasse é sobre o contrato de trabalho: querem ser efetivados direto pela fábrica e que lhes sejam garantidos benefícios já concedidos a outros trabalhadores.
Em cerca de seis horas de reuniões a portas fechadas o Conselho Regional do Trabalho ouviu, em separado, os trabalhadores e os diretores da fábrica na tentativa de acordo entre as partes.
Mancy Lee, que trabalha na Hikari Seikoh em Kuwana, acompanhou as negociações e considera que o movimento é justo. ''Lutamos por nossos direitos e minha expectativa é que haja um acordo, porque a greve é um recurso muito desgastante'', disse.
Nilton Horie Shigueharu, também operário na Hikari, lamentou a postura de intransigência dos diretores da empresa. ''Parece que querem nos vencer pelo cansaço, mas estamos firmes e não vamos desistir'', garantiu.
Já era noite de quarta-feira quando os trabalhadores deixaram o Conselho Regional do Trabalho sem nenhuma proposta da fábrica. Com o fracasso nas tentativas de acordo, decidiram pela greve imediata.
Segundo o líder sindical Alessandro Onari, causou revolta o que chamou de ''falta de palavra'' dos diretores da empresa, que na reunião deveriam definir as bases para o contrato direto dos trabalhadores, mas que teriam voltado atrás. ''Não nos interessa o contrato de apenas 6 meses que eles propuseram'', afirmou. A empresa também não se manifestou sobre o aumento salarial reivindicado pelos operários.
Diretores da fábrica que estiveram no Conselho Regional do Trabalho não quiseram se manifestar sobre o impasse com os trabalhadores.
Descontentes, os operários decidiram paralisar o serviço a partir da quinta-feira (9) por tempo indeterminado e tiraram o dia para um protesto com faixas e cartazes no centro de Tsu, ao mesmo tempo que o sindicato Union Mie dava entrada no processo coletivo.