PC Francês propõe medidas diante da crise financeira

A luta contra os paraísos fiscais, a exigência de transparência bancária e o controle dos movimentos de capitais são propostas defendidas apresentadas nesta terça-feira (14) pelo Partido Comunista Francês (PCF) diante da crise financeira.

Em um comunicado difundido à imprensa o grupo político sugere pôr fim nas privatizações de empresas e serviços e que o Estado controle a estratégia e gestão dos grupos privados existentes o que permitiria um melhor domínio para criar pólos monetários públicos.



O PCF propõe elaborar estratégias para reorientar o dinheiro para os salários, o poder aquisitivo, o emprego e a formação, o investimento, a saúde, a educação e a investigação e todos os gastos socialmente úteis.



Também defendem que a França e a Europa estimulem a refundação de instituições internacionais econômicas e financeiras que tenham como objetivo favorecer um desenvolvimento duradouro de todos os povos.



Este passo deve ser acompanhado da criação de uma moeda comum mundial que ponha fim à hegemonia desastrosa do dólar, afirma o texto.



O partido apóia a defesa dos assalariados e famílias que nesta época de crise serão os mais afetados, cujas conseqüências já são visíveis no aumento do desemprego, da pobreza, do acesso à saúde, entre outros.


 


Nada de moralizar capitalismo



O PCF também repudiou qualquer tentativa de moralizar o capitalismo, de acordo com o comunicado do partido.



“É o próprio sistema o que está em dificuldade, obcecado pelos benefícios, pela rentabilidade e pelo enriquecimento de alguns em detrimento do interesse geral, do desenvolvimento de todos, e da conservação do planeta”, acrescenta o texto.



O texto adverte que este sistema vai de crise em crise: social, alimentar, ecológica, financeira, e alimenta graves tensões e conflitos cada vez maiores.



Destacam também que a economia mundial entrou em recessão e corre o risco de tomar uma amplitude catastrófica, afetando os salários, o emprego, as aposentadorias, o alojamento, o acesso à saúde e aos serviços públicos.



Os comunistas criticaram e classificaram como “insuficientes” as medidas anunciadas pelo presidente da República, Nicolás Sarkozy, a partir da cúpula emergente da União Européia celebrada no domingo último.



“O presidente chama 'à união nacional', mas propõe que esta seja feita em torno dos rendimentos liberais que estão inclusive na raiz da crise favorecendo de novo um sistema irresponsável”, acrescentam.



“A mobilização de bilhões de euros para salvar aos bancos não ataca as alternativas e as práticas que conduziram à catástrofe de hoje”, acrescenta o comunicado do PCF.



Também, o partido faz um chamado urgente a organizações, sindicatos e personalidades de esquerda para mobilizar-se e oferecer alternativas para enfrentar a crise.