Padres criticam Kassab por abandonar moradores de rua

Durante encontro com padres, freiras e ministros religiosos da região Episcopal Belém, na tarde desta terça-feira, 14, Marta ouviu queixas sobre o quadro de abandono em que se encontram os moradores de rua na atual gestão. A candidata da coligação Uma

Marta também disse que vai retomar a criação de abrigos como o Boracea, considerado um programa modelo por atender às necessidades específicas dessa população. O abrigo mantinha estacionamento para carrocinhas de reciclagem e canil para os animais que a maioria dos catadores de papéis tem como principal companhia. “Hoje, ele está esvaziado de seu sentido original”, lamentou Marta. Houve redução, também, dos abrigos em funcionamento.



Houve quem reclamasse da atual gestão, devido ao atendimento quase inexistente às pessoas que têm problemas mentais. Segundo um dos padres presentes ao encontro, o CAPS (Centro de Atendimento Psicológico e Social) não tem sido suficiente para atender estas pessoas, muitas delas vivendo na rua. Marta lembrou suas propostas para atender essas pessoas: melhorar os CAPS, garantindo médicos; centros para permanência temporária dessas pessoas, permitindo que os parentes que cuidam, possam ter tempo para afazeres pessoais; qualificação para cuidadores (acompanhantes), entre outras medidas.



O padre Júlio Lancelotti, uma das maiores referências no cuidado ao “povo da rua”, lamentou o desrespeito que a população desabrigada tem sofrido na atual gestão. Segundo ele, a Prefeitura chega a jogar água nas pessoas que dormem em certas localidades para expulsá-las e acaba, com essas práticas, estimulando extremismos como os dos grupos que se organizam para queimar moradores de rua, enquanto dormem. “Nós queremos a cidade limpa, sim, mas de consciência limpa”, declarou Lancelotti provocando aplausos dos cerca de 70 religiosos.



O padre lembrou que a atual administração vetou o projeto de lei 12.316, de autoria do então vereador e atual deputado federal Paulo Teixeira (PT), que exigia que as empresas empregassem 1% de seus quadros profissionais entre os moradores de rua. Segundo o padre Lancelotti, isso tiraria das ruas cerca de 30% das pessoas que moram nas ruas por falta de opção.