Campanha de Flávio Dino denuncia 'manipulação científica'

“O que o Ibope está fazendo chama-se ‘manipulação científica da pesquisa”. A reação veio de Márcio Jerry, coordenador de campanha de Flávio Dino (PCdoB), candidato à Prefeitura de São Luís, após a última pesquisa Ibope divulgada nesta sexta-feira (17). Se

“Isso não faz sentido. Fechamos o segundo turno com 34% dos votos, em ascensão, e agora teríamos apenas 38%?”, questiona. Além disso, lembrou Jerry, as pesquisas feitas pelo instituto na cidade têm sido terceirizadas desde o primeiro turno. O serviço teria sido passado à Opinare, empresa ligada a um dos coordenadores de campanha de João Castelo, Aziz Santos, atual secretário de Planejamento do Maranhão.


 


Às vésperas do primeiro turno, na sexta-feira, dia 3, o Ibope divulgou pesquisa indicando que Castelo venceria no primeiro turno com 52% dos votos válidos contra 27% de Flávio Dino.  Finalizada a totalização dos votos no domingo (5), a realidade era outra: Castelo teve 43,12% e Dino, 34,28%, uma diferença de 10% com relação ao que a pesquisa apontava. Em entrevista dada dia 6, Flávio Dino denunciou publicamente a manipulação das pesquisas “visando a alterar de modo artificial o resultado e criar um cenário de primeiro turno”.


 


O instituto Escutec, segundo a coordenação de campanha de Dino, foi o que mais se aproximou do resultado real do primeiro turno. Um dia antes, sua pesquisa indicava cerca de 32% para Flávio Dino. Hoje, dá empate técnico entre os dois: 51,2% para Castelo e 48,2%, considerando os votos válidos. “O que temos percebido é que em contraposição à onda vermelha crescente de Flávio Dino, há um arrastão criminoso por parte da campanha de Castelo. Eles acham que São Luís é uma província e que ninguém vai notar tais manipulações”, diz Jerry. Além disso, salienta, “há gente remunerada para trabalhar para Castelo em quantidade desproporcional”.


 


Durante caminhada no bairro do Coroado dia 15, Flávio Dino disse que “a cada dia, nós estamos crescendo. Já temos maioria em relação a Castelo e a tendência é ampliarmos essa vantagem. Pesquisas internas revelam que estamos ligeiramente na frente dele, ainda dentro da margem de erro. São dois fatos importantes: a confirmação da tendência de crescimento da nossa candidatura registrada no primeiro turno e a outra que a campanha dele está estagnada”.


 



Clima quente
Faltando pouco mais de uma semana para a decisão do segundo turno, o clima está cada vez mais quente em São Luís. Nesta sexta-feira (17), em entrevista à TV Mirante, o candidato do PCdoB falou sobre a opção do governador do Maranhão por Castelo: “lamento que o governo Jackson Lago tenha optado por um lado. E optou de forma incoerente. Jackson representou a mudança em 2006. Castelo é uma transição para o atraso. E o governo Jackson optou por apoiar o atraso. Felizmente, tenho convicção de que, mesmo assim, a esperança do novo vai prevalecer”.


 



Para Dino, “essa disputa não é só pela Prefeitura. É também pelo futuro do próprio governo Jackson. E ele (Jackson) está criando um hiato com a esquerda, fazendo a opção pela direita, pelo PSDB”. Ele disse ainda que “essa postura do governador nos desobriga de uma aliança automática. A correlação de forças muda”.


 



Também nesta semana, Márcio Jerry, que também preside o PCdoB na capital, e Roberto Rocha, presidente estadual do PSDB, protagonizaram polêmica acerca das baixarias vindas da campanha de Castelo. Ao jornal O Globo, Jerry reafirmou que há “panfletos e boatos que mostram o Dino como uma pessoa terrível” e também “que é gay porque defende a aprovação da união civil homossexual. Tem uma onda de boatos, os mais estúpidos, espalhada pela campanha de Castelo. Dizem que há uma ocorrência policial denunciando que Dino agrediu o pai a socos na semana passada. O grande mentor disso tudo é o deputado Roberto Rocha”.


 



Em resposta, Rocha disse: “li, com indignação, as declarações deste comunista com prazo de validade vencido. Desafio ele, seu chefe ou quem quer que seja a provar que tenho alguma coisa a ver com isso. Para isso, vou interpelá-lo judicialmente”. Jerry, por sua vez, disse que “se Roberto Rocha, presidente do PSDB e um dos mais influentes coordenadores da campanha de João Castelo, não tem nada a ver com a baixaria, com as calúnias, com o neo-macarthismo caboclo que a campanha de seu candidato expele, tudo bem. Que ele então condene explicitamente tais práticas, que aceite o desafio de “republicanizar” a disputa eleitoral”.


 


 


De São Paulo,
Priscila Lobregatte, com agências