Fiocruz inaugura primeira sede internacional

A primeira sede internacional da Fiocruz será inaugurada na próxima sexta-feira (17)  em Maputo, capital de Moçambique, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, e do presidente da Fiocruz, P

A unidade é fruto da prioridade que a política externa brasileira, estimulada pelo governo Lula, tem dado à saúde e o estreitamento de laços de cooperação entre o Brasil e os países africanos, com especial ênfase naqueles que integram a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
 
 
Além da abertura oficial do Escritório de Representação da Fiocruz, Lula, Temporão e Buss vão reiterar o apoio brasileiro à implantação da Fábrica de Medicamentos de Moçambique, que produzirá, entre outros medicamentos, os anti-retrovirais.



Esse projeto vem sendo desenvolvido em Moçambique em colaboração entre o Ministério da Saúde (Misau) e especialistas do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos) da Fiocruz e a fábrica moçambicana deve começar a produzir já em 2009.



Na pauta de ações da Fiocruz no continente africano também estão previstas a oferta de cursos para a área de saúde e o intercâmbio na área de produção de vacinas e kits de diagnósticos.
 
 
“O Brasil deve muito à África, pois nosso povo tem profundas raízes nos povos que, vindos obrigados daquele Continente pela escravidão, ajudaram a forjar a pujança do Brasil. Chegou a hora de dar a mão para nossos irmãos africanos que vivem situações sociais e de saúde inimagináveis em Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, além do Timor Leste”, afirmou Buss.
  
  
Com investimento total da ordem de US$ 21, 5 milhões, sendo R$ 10 milhões em regime de doação, do governo brasileiro e o restante vindo de fontes de fomento da União Européia, a instalação da fábrica de medicamentos em Maputo tem como objetivo tanto apoiar as autoridades sanitárias moçambicanas no enfrentamento do problema da Aids naquele país, quanto colaborar na assistência farmacêutica em geral na região, onde a demanda de medicamentos é intensa e a infecção pelo HIV é prevalente.



Os primeiros lotes de anti-retrovirais (Lamivudina e Zidovudina) e dos demais medicamentos começarão a ser produzidos ainda no primeiro semestre do ano que vem.


 
Para a responsável pela implantação do Escritório de Representação na África, Célia Almeida, a abertura da unidade representa o início da consolidação da atuação internacional da Fiocruz e servirá tanto para dar mais visibilidade à atuação da Fundação no continente africano, quanto para proporcionar maior articulação entre os projetos de cooperação em saúde desenvolvidos pela instituição e os países integrantes da CPLP, entre outros. Esse intercâmbio começou há mais de dez anos, mas tem se intensificado, de forma considerável, desde 2006.
 


A intensificação do intercâmbio incluiu, entre outras atividades, a formação de especialistas em saúde materno-infantil e a reformulação da estrutura de atendimento nas áreas de obstetrícia e neonatologia do Hospital Central de Maputo, e a criação de escolas técnicas para dar suporte à área da saúde.



Prevê, ainda, o treinamento de profissionais de saúde e a promoção de cursos de pós-graduação, de modo a que os profissionais de saúde possam enfrentar os principais problemas de saúde pública que mais afligem as populações daqueles países.



É alta a prevalência de doenças infecciosas na região, o que tem feito com que seja alta a mortalidade infantil e baixa a expectativa de vida na África. Para ficar apenas em um exemplo, na Guiné Bissau a expectativa de vida é de apenas 42,5 anos.