Sondas podem ajudar na procura dos corpos no Araguaia
O secretário especial de Direitos Humanos da Presidência da República, Paulo Vannucchi, ficou impressionado com o uso na Espanha de tecnologias avançadas no processo de investigação de milhares de desaperecidos nos últimos 70 anos, entre eles, o poeta Fre
Publicado 17/10/2008 19:10
Como não seria possível escavar toda a região do Araguaia, os detectores, sondas e outros instrumentos tecnológicos seriam uma forma avançada de procurar pelos corpos.
Integrante da comitva do presidente Lula na visita a Madri, Paulo Vanucchi, segundo informações do jornal Correio Brazilienze, permanceu na cidade onde participou de uma reunião com o juiz espanhol Baltasar Garzon, que coordenada o trabalho de investigação dos espanhóis desaparecidos.
O juiz explicou que a Espanha se prepara para procurar o corpo do poeta Federeico García Lorca, morto na Guerra Civil. Além do uso dos equipamentos, para esse trabalho, estão sendo treinados geólogos, arqueólogos, historiadores e especialistas em DNA.
Técnicos daquele país já utilizaram georadares em valas feitas no Chile onde foram enterrados corpos das vítimas da ditadura de Pinochet. Grupos conservadores na Espanha se opõem a esse tipo de trabalho.
Desaparecidos no Araguaia
Há quase 30 anos os familiares dos desaparecidos no Araguai ingressaram na Justiça exigindo que o Estado revele onde estão os corpos dos guerrilheiros. Há uma perspectiva que em novembro o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decida pela abertura dos arquivos da ditadura militar que podem revelar onde os corpos foram enterrados.
São 78 desaparecidos, entre eles, 57 guerrelheiros, 20 camponeses e um soldado.
Embora o Exército diga que não possui documentos e informações sobre os corpos dos desaparecidos, uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo, em setembro, localizou negativos com ex-sargento que revelam militares juntos aos corpos de dois guerrilheiros do PCdoB.
Paulo Vannuchi reúne documentos que deixam evidente que o Exército sabe de muita coisa sobre o paradeiros do guerrilheiros. “Temos relatos de aproximadamente dez diligências e missões nos últimos 20 anos, com profusas informações sobre possíveis locais de sepultamento”, disse.
De Brasília,
Iram Alfaia