Greve: policiais levam reivindicações a ministro da Justiça

O encontro esperado entre policiais civis em greve e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não aconteceu neste sábado (18). De acordo com o presidente municipal do PDT, o vereador Paulo Prado, uma comissão formada pela categoria em greve se encontrou com

O deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT), também presidente da Força Sindical, buscou articular um encontro dos grevistas com Lula na atividade de campanha da candidata petista à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, mas isso não foi possível.


 


Contudo, no ato favorável à candidatura de Marta, realizado na Casa de Portugal neste sábado (18) na capital paulista, Lula declarou apoio ao movimento e disse esperar desculpas do governador tucano José Serra, que acusou Paulinho e o PT de incitar a greve dos policiais civis e a quem creditou os danos do confronto com os militares, na tarde de quinta-feira.


 


Tanto Paulinho quanto os petistas negam influência eleitoral no movimento grevista. Nesta sexta, o presidente Lula já havia lamentado o conflito entre policiais militares e civis.


 


“Nosso apelo é para que o governador ponha a mão na consciência, sente com os trabalhadores dele e faça uma proposta digna pra poder voltar ao trabalho”, disse o presidente da Força Sindical.


 


Paralisação nacional 


 


Os policiais civis de outros estados já prometeram cruzar os braços por duas horas, no próximo dia 29 de outubro, em apoio aos colegas paulistas. Nesta sexta-feira, as delegacias de São Paulo só registraram casos graves.


 


O governador José Serra disse que o governo tentou negociar um reajuste salarial.
“Acontece que eu tenho que administrar o conjunto e tem limitações de dinheiro, nós não fabricamos dinheiro, dinheiro não nasce em árvore. Além do que essa crise internacional gera uma responsabilidade dobrada nessa matéria quanto à administração. Na verdade, não há intransigência. Há propostas bastante razoáveis”, tentou justificar-se Serra.


 


O governador voltou a afirmar que a manifestação teve caráter político-eleitoral.
“O evento foi programado, foi proposto, inclusive como forma de organização, por um destes líderes, que é o Paulinho da Força Sindical. Por outro lado, uma manifestação que envolva armas não tem cabimento”, diz o governador. Sindicalistas e autoridade políticas criticaram as declarações e negara conotação política no movimento.


 


Movimento legítimo


 


A Associação dos Delegados do Estado de São Paulo não participou da reunião entre os sindicatos dos policiais civis com as centrais sindicais, realizada na sexta na sede do Sindicato dos Investigadores. Eles não querem que o movimento tenha conotação política.


 


“Nós temos uma posição muito clara. Nossa luta é dos policiais. São 35 mil policiais do estado de São Paulo mobilizados neste momento para mostrar que todos estão unidos nesta luta”, diz André Dahmer, diretor da associação dos delegados.


 


Na quinta, a Polícia Militar impediu que os grevistas chegassem à sede do governo, o Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, zona sul da capital. A Polícia Militar usou bombas de efeito moral e fez disparos de balas de borracha. Trinta e duas pessoas ficaram feridas. Quatro permanecem internadas, mas não correm risco de morte.


 


Os policiais estão em greve há um mês, e a população sofre as conseqüências da paralisação em todo o estado. Segundo os sindicatos, a maioria dos 35 mil policiais civis aderiu à greve. Eles pedem 15% de reajuste salarial este ano, 12% no ano que vem e mais 12% em 2010. O governo oferece 6,2%, entre outros benefícios.


 


Fonte: Da redação, com informações do Globo Online