Jô Moraes homenagea Salvador Allende

Durante sessão solene em homenagem ao centenário de nascimento do ex-presidente do Chile, Salvador Allende, nesta manhã, na Câmara dos Deputados, a líder do PCdoB na Casa, deputada federal Jô Morares (MG), disse que a América Latina de hoje é aquele com a


Allende governou o Chile num período em que o país era um dos poucos da América Latina que resistia aos golpes militares de então. Mas, em setembro de 1973, as forças armadas rebeladas do país, num violento golpe atacaram a sede do governo republicano, o Palácio de La Moneda, onde Allende se encontrava. Allende foi morto e assumiu o governo o chefe do levante, general.


 



Aqui, a íntegra do discurso da deputada Jô Moraes: “Senhor presidente, caros membros do corpo diplomático, senhoras e senhores deputados presentes, sem dúvida nenhuma, esta Casa presta enorme contribuição ao pensamento histórico, ao reverenciar a memória de Salvador Allende.


 


Quando dizemos para todos, para a história do continente e do mundo, que Salvador Allende, aquele médico, aquele dedicado político, aquele construtor inquieto, foi martirizado porque resistia ao processo de autoritarismo, reverenciamos sua dedicação e generosidade e a história da América Latina.


 


Imaginem o sorriso de alegria que Salvador Allende lá de cima dá, ao se debruçar sobre seu continente e ver que foi levado ao poder um operário, um índio, um homem decidido como o Presidente da Venezuela, um padre no Paraguai e também duas mulheres. Esta era a América Latina com que Allende sonhava, a América Latina que sabe dar valor a si própria.


 


Quando olha para este mundo em crise, ou para os originários de um país responsável pela destruição da sua nascente resistência naquele período, percebe que o progresso e a humanização estão sendo detidos não pelos que resistiam representados por ele, mas por aqueles que querem ainda hoje fazer do mundo um lugar de crueldade e de detenção do progresso humano.


 


Vivemos num mundo de crise, caro Presidente. Ao enfrentar e olhar este mundo de crise, como dizia o Presidente Lula ontem, vemos que a responsabilidade do risco estáconosco.. Resistimos e nos sentimos orgulhosos da nossa gente, dos nossos mártires, daqueles que participaram do processo constante, daquele período duro, dos que estiveram na cadeia, dos que estiveram na tortura, dos que resistiram do ponto de vista político e ideológico.


 


Nós nos sentimos felizes e dizemos que acreditamos no futuro deste País, acreditamos nesta América Latina, que passa por dificuldades e conflitos. Há dificuldades para se construir autonomamente, constituir um MERCOSUL pleno, dedicar-se a enfrentar essa crise mundial com aprofundamento das relações internas, da parceria, da solidariedade política, econômica e cultural.


 


Convivendo com todos aqueles do corpo diplomático que integram o sonho de um mundo de paz, digo: parabéns aos que requereram esta sessão. Esta Casa precisa dizer ao Brasil, à América Latina e ao mundo que é possível construir um mundo com solidariedade, paz, progresso, cultura e humanidade. Parabéns a esta Casa. Esta é a lição que precisamos dar a todos os nossos filhos. Esse é o sonho de cada um de nós presente a esta sessão.