EUA: Obama abre dois dígitos de vantagem sobre McCain

O candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Barack Obama, abriu uma confortável vantagem de dois dígitos sobre seu rival republicano John McCain na preferência do eleitorado americano, revela uma nova pesquisa Wall Street Journal/NBC Ne

Apesar de a maioria dos entrevistados considerar que McCain esteja mais preparado para governar o país do que o jovem senador democrata por Illinois, agora o questionamento à candidatura republicana recai sobre a falta de experiência da companheira de chapa de McCain, a governadora do Alasca, Sarah Palin.



A pesquisa divulgada nesta quarta-feira (22) mostra Obama com 52% da preferência do eleitorado. McCain vem dez pontos porcentuais atrás, com 42% das intenções de voto. Há duas semanas, a vantagem de Obama era de seis pontos porcentuais.



A vantagem de dez pontos é a mais ampla já obtida por Obama nas pesquisas realizadas em conjunto pelo jornal WSJ e pela NBC. Os pesquisadores entrevistaram, por telefone, 1.159 pessoas entre os dias 17 e 20 de outubro. A margem de erro é de 2,9 pontos porcentuais para mais ou para menos.



Segundo o Wall Street Journal, “a atual liderança de Obama é também movida por sua grande força entre os eleitores 'independentes' (superando McCain por 49% a 47%), pelos moradores dos subúrbios (53 a 41), católicos (50 a 44) e mulheres brancas (49 a 45). Em setembro McCain estava à frente entre os eleitores independentes e católicos”.



O senador por Illinois é o líder entre todas as faixas etárias e níveis de rendimento, exceto entre os mais ricos. Conta agora com o apoio de 21% dos eleitores que se descrevem 'conservadores' e que sao ricos — é seu melhor desempenho entre este grupo.



Se o mundo votasse



Elegeria Obama. O candidato democrata seria eleito com extrema facilidade se a população do planeta votasse para escolher o próximo presidente dos Estados Unidos.



Segundo pesquisa do Instituto Gallup realizada em 70 países, que representam quase a metade da população mundial, 30% dos entrevistados apóiam Obama, contra apenas 8% favoráveis ao republicano John McCain.



McCain: “não comemore antes da hora”



McCain, em tom de ironia recomendou a Obama que evite o triunfalismo, apesar da vantagem que possui nas pesquisas de intenção de voto.



“Meu oponente anda muito confiante nestes dias”, disse McCain em um ato de campanha em Goffstown, New Hampshire (nordeste). “Logo discursará à nação. Está planejando outro desses espetáculos em estádios, agindo como se a eleição já tivesse terminado”, afirmou.



McCain disse que as pessoas muitas vezes mostram que os especialistas e as pesquisas se equivocam, lembrando a sua vitória surpreendentemente nas primárias de seu partido em New Hampshire.



Segundo o site independente Real Clear Politics, que elabora uma média das recentes pesquisas, Obama está 7,6 pontos percentuais acima de McCain em intenções de voto.



Eleitoras escolhem Obama



As americanas, que superam em número os eleitores homens, desempenharão como nas eleições anteriores um papel-chave na escolha do futuro presidente dos Estados Unidos.



Elas foram 8,8 milhões a mais do que os homens nas eleições de 2004, e esse número poderá chegar a 9 milhões neste ano, com um recorde de mulheres inscritas nas centrais eleitorais. E a maioria delas poderá optar pelo candidato democrata Barack Obama.



Um estudo do Centro para as Mulheres Americanas e a Política (CAWP) da Universidade Rutgers (Nova Jersey) indica que “todas as pesquisas nacionais realizadas desde o primeiro debate presidencial, no final de setembro dão vantagem ao senador Barack Obama, quase todas mostram que ele é apoiado mais pelas mulheres do que pelos homens”.



O fenômeno não é tão recente: desde 1992, as mulheres votam mais nos democratas.



“As mulheres e os homens têm prioridades claramente diferentes e essas diferenças se expressam além das linhas partidárias”, analisa Allyson Lowe, diretora do Centro para as Mulheres, a Política e as Políticas Públicas da Pensilvânia (leste), da Universidade Chatham de Pittsburgh.



“As mulheres são economicamente mais vulneráveis do que os homens, envolvidas com maior freqüência nos problemas cotidianos. E por causa disso, elas têm necessidade de segurança social e aspiram a programas” mais baseados nesse tema, explica ela.



Tina Papagiannopoulos, uma advogada de 37 anos que se apresenta como independente de partidos, disse ainda que votará em Obama porque “ele tem razão sobre a economia, sobre a causa dos problemas do país e sobre a maneira de responder a eles”.