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Trégua Hamas-Israel chega ao fim em Gaza

Grupo palestino Hamas, anunciou o fim de um cessar-fogo de seis meses na faixa de Gaza. O cessar-fogo terminou oficialmente na madrugada de sexta-feira (19). A brigada Izz-al-Din al-Qassam, braço armado do  Hamas, culpou Israel pelo fracasso da tré

''O cessar-fogo acabou e não vai haver  renovação, porque o inimigo sionista não respeitou as suas condições'', disse o grupo em seu website. O anúncio seguiu-se as conversações entre diferentes organizações palestinas que atuam na Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas.

O primeiro dia após o fim da trégua foi  marcado por relativa calma, informa Ayman Mohyeldin, correspondente da TV árabe Al Jazira. Dois foguetes foram disparadas a partir do sul da faixa de Gaza contra Israel, pouco depois que Hamas declarou que o cessar-fogo terminara, sem causar perdas humanas ou materiais segundo disseram fontes militares israelenses.

Os palestinos temem que o fim do cessar-fogo signifique a retomada das incursões e ataques aéreos diários contra Israel em todo o território. Nenhuma das partes em conflito disse que vai passar à ofensiva. Mas Fawzi Barhum, um porta-voz Hamas, sublinhou que a organização tem ''o direito de responder a qualquer agressão sionista contra o povo palestino''.

Por sua vez, Ehud Barak, o ministro da defesa israelita, indicou anteriormente que Israel iria responder caso seja atacado. ''Quando a situação reclame, vamos agir… não tememos lançar uma operação militar em larga escala em Gaza, mas não há necessidade de pressa quanto a isso'', disse Barak.

Jacky Rowland, correspondente da Al Jazira em Jerusalém, observa que Israel tentou prolongar a trégua, intermediada pelo Egito, sobretudo devido às eleições gerais israelenses marcadas para fevereiro.

Ao longo dos seis meses da trégua, o Hamas e os israelenses trocaram acusações de violação do cessar-fogo acordado em junho, quando Israel prometeu reabrir as fronteiras da faixa de Gaza e abster-se de operações militares, e os combatentes palestinos cessaram de lançar foguetes Gazan contra o sul de Israel.

Abu Ahmed, um porta-voz da milícia da Jihad Islâmica, as Brigadas al-Quds, disse que seu grupo ganhou força durante a trégua.

''Durante a calma nós nos treinamos e equipamos para o período após a calma. Iremos para a linha de frente, ao longo da fronteira, e reforçaremos nossas posições com novas armas que adquirimos'', disse ele.

Israel queixa-se de que os grupos armados palestinos usam os períodos de cessar-fogo para se reagruparem e se armarem.

Desemprego sobe para 49%

Entretanto, um relatório da ONU disse que o bloqueio da faixa de Gaza por Israel criou uma ''profunda crise de dignidade humana''. Conforme o Escritório das Nações Unidas para Coordenação dos Assuntos Humanitários, o desemprego no território chega hoje a 49%, contra 32% um ano atrás.

Muitos moradores da cidade de Gaza estão sem energia elétrica por até 16 horas por dia; metade da população só recebe água uma vez por semana, durante algumas horas; 80% da água fornecida está abaixo dos padrões, informa a ONU.

O relatório foi divulgado depois que a agência das Nações Unidas interrompeu a ajuda alimentar a cerca de metade dos 1,5 milhão de habitantes da faixa de Gaza, quando o bloqueio israelense provocou escassez de farinha de trigo.

Robert Serry, o enviado especial da ONU para o Oriente Médio, advertiu que ''uma grande escalada da violência teria graves consequências para a protecção dos civis em Israel e Gaza. A prioridade deve ser assegurar a calma em Gaza e melhorar urgentemente as condições humanitárias'', disse ele.

Com informações da http://english.aljazeera.net