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Zé Dirceu: A demagogia sem limites da imprensa

Um dia desses publiquei neste blog que os Estados Unidos contrataram para as áreas do serviço público, educação e saúde, mais de 750 mil funcionários em 2008, apesar de 2,9 milhões de americanos terem perdido o emprego e 3,1 milhões suas casas. Agora,

Na comparação, o jornal aproveita para criticar os aumentos salariais dados pelo governo Lula para as carreiras estratégicas do Estado, como fiscais e gestores; e aqueles, algumas dezenas, que usam os mais diferentes subterfúgios para violar o teto salarial de R$ 24,5 mil, geralmente conseguindo liminares ou decisões judiciais. Os policiais federais, os únicos citados pelo jornal, procuradores, juízes, embaixadores e outros profissionais ganham no final da carreira salários superiores aos R$ 18 mil mensais congelados por Obama.



A matéria compara o governo Lula, apresentado como perdulário, e o de Obama, apresentado como exemplar. Não fala do verdadeiro escândalo ou roubo como dizem nos EUA que os executivos das grandes empresas fizeram usando bônus e prêmios que chegam a bilhões de dólares, nem que no Brasil o salário desses técnicos, assessores, gestores, servidores de carreira era de R$ 3 mil a R$ 5 mil.



A matéria expressa a velha tese do Estado mínimo que tanto nos custou e ao mundo. O Brasil precisa de uma burocracia civil e militar bem remunerada, de carreira, com capacidade e competência para exercer os cargos públicos. Lula recebeu o Estado em frangalhos, com os salários aviltados, e reajustou para todo funcionalismo não só para os de gestão e assessoria.
 


O preconceito e a demagogia não tem limites, começando pela crítica dos salários do presidente, ministros e parlamentares, todos 50% abaixo do teto de R$ 24,5 mil, mas apresentados ao povo como um roubo de recursos públicos. Toda essa cultura só serviu para privatizar o Estado e aumentar a corrupção e favoreceu os interesses de grupos que disputam contratos ou privilégios do Estado, como os que detêm os meios de comunicação no Brasil.



Para não dizer que não falei de flores, o jornal da família Marinho, ao contrário da Folha, fez uma matéria sobre a Petrobras onde diz logo no título que a empresa redobra o fôlego e que resolveu por o pé no acelerador. Também publica a declaração do presidente da empresa, informando que a Petrobras tem recursos em caixa para garantir os investimentos, lembrando que US$ 92 bilhões dos investimentos são para a área de exploração e produção, um aumento de 41,3% em relação aos US$ 65,1 bilhões do quatriênio passado. A meta da empresa é extrair uma média de 3,3 milhões de barris por dia de óleo e gás em 2013, contra 2,176 milhões de 2009.