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Caso Battisti : governo italiano convoca embaixador

O governo Silvio Berlusconi decidiu agravar a controvérsia sobre sobre o caso Cesare Battisti e convocou para consultas o embaixador da Itália no Brasil, Michele Valensise. Em nota divulgada nesta terça-feira (27), o Ministério do Exterior da Itália infor

O comunicado do ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, se refere ao desenrolar do processo de extradição de Battisti como uma “grave decisão”, “francamente inaceitável”. O gesto segue-se ao parecer encaminhado na véspera pelo procurador-geral da República brasileiro, Antonio Fernando de Souza, favorável ao arquivamento do processo de extradição de Cesare Battisti.



Amistoso de futebol chegou a correr perigo



O Brasil não deve esperar tolerância do atual chanceler italiano. Frattini chegou a ser condenado pelo Europarlamento, em novembro de 2007, por proposta da Esquerda Européia aprovada por 306 votos a 86, devido a uma declaração onde defendia a deportação sumária de estrangeiros.



Sobre o caso Battisti, o número dois da chancelaria italiana, Alfredo Mantica, chegou a recomendar a anulação do jogo amistoso entre as seleções de futebol do Brasil e da Itália, marcado para 11 de fevereiro. Nesta terça-feira, Mantica voltou atrás dizendo que foi apenas “uma provocação”.



Porém o governo Berlusconi, uma coalizão da direita italiana que voltou ao poder em 2008, parece disposto a criar obstáculos à presença do Brasil na próxima reunião do “G8+5”, marcada para Roma. O ministro do Interior italiano, Roberto Maroni, fez insinuações neste sentido, embora ressaltando que “não cabe a mim tomar uma decisão”.



“Com grande ansiedade”



Em parecer encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), Souza recomendou que o processo seja extinto sem julgamento de mérito, com expedição do alvará de soltura para o escritor, com base no que dispõe a Lei nº 9.474, de 1997.



A Itália condenou Battisti à prisão perpétua sob acusação de quatro homicídios pratcados há quatro décadas, quando ele militava numa organização armada de extrema esquerda. O ex-militante, que nega os homicídios, fugiu do cárcere em 1981, conseguiu asilo na França e agora no Brasil.



Battisti, que durante os anos de asilo na França se tornou um escritor de romances policiais de razoável sucesso, encontra-se atualmente no Presídio da Papuda, Distrito Federal, onde foi visitado nesta terça-feira pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP). O parlamentar paulista disse que “Cesare Battisti aguarda com grande ansiedade como terminará a sua história”.



Da redação, com agências