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Centrais fazem ato unitário contra demissões na Embraer

CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas), Força Sindical, Nova Central e Intersindical participam nesta sexta-feira (27) de uma manifestação unitária contra as 4.270 demissões anunciadas recent

O objetivo da mobilização é fortalecer a luta contra as demissões na indústria aeronáutica e reverter todos os cortes, considerados arbitrários e injustificáveis pelas centrais e pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos. Os sindicalistas consideram que existem alternativas — “entre elas a redução da jornada de trabalho sem redução de salários” — para ajustar a produção à demanda reduzida pela crise sem recorrer à demissão.


 


Antes da manifestação, às 11 horas, as entidades se reunirão na sede do sindicato para discutir sobre as mobilizações conjuntas que serão deflagradas. “Não vamos ficar calados diante desse abuso cometido pela Embraer. Vamos chamar os trabalhadores de todas as categorias para lutarem conosco”, afirmou Luiz Carlos Prates, o Mancha, membro da direção executiva do sindicato. “Essas demissões irão afetar toda a cadeia produtiva de nossa região.”


 


Em nota assinada pelo seu presidente, Wagner Gomes, a CTB ressalta a necessidade de “cobrar maior responsabilidade social por parte da direção da Embraer que, embora privatizando os lucros, busca socializar os prejuízos e nunca dispensou a contribuição do BNDES”. O texto também conclama o movimento sindical “à mais ampla unidade neste momento de crise e de reacionária ofensiva patronal contra o emprego e os direitos da classe trabalhadora”.


 


Ação


 


Nesta quinta-feira (26), a Força Sindical, a Conlutas e sindicatos metalúrgicos de São José dos Campos, Botucatu e Gavião Peixoto protocolam ação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de Campinas pedindo o cancelamento das demissões na Embraer e a imediata abertura de negociações. Os sindicalistas também vão se reunir com o presidente do tribunal, desembargador Luis Carlos Candido Sotero da Silva, a quem reforçarão o pedido para que as demissões sejam anuladas.


 


“Já há entendimento na Justiça que as empresas não podem fazer demissões em massa sem prévia negociação com os sindicatos. A Embraer não cumpriu isso. Pior: agiu com má-fé ao negar as demissões até o último minuto”, afirma Mancha. Em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na quarta-feira (25), a direção da empresa disse que não voltará atrás, alegando que a crise mundial gerou uma retração de 30% nas expectativas de compras de aeronaves no período entre 2009 e 2011.


 


Lula já agendou uma audiência com o presidente do Sindicato de São José, Adilson dos Santos, para ouvir a posição da entidade. O sindicalista sustenta que a má-fé da empresa é evidente, porque ela está ampliando a produção de aeronaves esse ano em comparação com 2008. “A empresa só está fazendo isso (demitindo) porque quer manter a divisão de lucros aos acionistas”, denuncia Adilson.


 


Da Redação, com informações do Portal CTB e da Agência Sindical