Cleber Toledo
Da Redação

A Fundação Universa, de Brasília, recebeu R$ 445.120 para “elaboração de questões de múltipla escolha, formatação, confecção, impressão, empacotamento e endereçamento dos cadernos de provas no número exato de candidatos inscritos” no concurso do Quadro Geral do Estado. Apesar dos milhares de recursos protocolados pelos candidatos, em função dos erros grosseiros das provas, a Universa se recusa a falar sobre o assunto. Na Assessoria de Comunicação da entidade, em Brasília, a informação é de que o órgão estaria proibido de falar sobre o concurso do Tocantins.

A contratação da Universa foi feita com dispensa de licitação, segundo portaria assinada no dia 9 pelo vice-reitor da Unitins, Lívio de Carvalho, e publicada no Diário Oficial do dia 12 – três dias antes do concurso, realizado no dia 15.

Uma das considerações do vice-reitor para a dispensa da licitação é a “falta de interesse das instituições consultadas”. A Assessoria de Imprensa da Secretaria Estadual da Administração (Secad) explicou que a contratação de uma instituição para elaborar as provas foi decidida já próximo da data do concurso, o que também impediria a realização de uma licitação. Como o prazo era curto, segundo a assessoria, nenhuma outra entidade pôde aceitar o serviço. Somente a Fundação Universa.

A Assessoria de Comunicação da Secad também explicou que, a princípio, quem elaboraria as provas seria a própria Unitins. Porém, após uma análise, se constatou que quase todos os professores tinham alguma ligação com um possível candidato. Por isso, a decisão de se contratar uma outra instituição.

O nome da Fundação Universa só se tornou no público no dia 13, uma sexta-feira, dois dias antes do concurso, que ocorreu no domingo, 15.

O contrato da Unitins com a Fundação Universa, também de acordo com a Assessoria da Secad, foi assinado em data próxima ao da publicação da portaria de dispensa de licitação, que ocorreu no dia 12. A assessoria não soube precisar a data. O extrato do contrato entre Unitins e Universa foi publicado somente nesta quinta-feira, 26, no Diário Oficial do Estado.

Histórico
A Fundação Universa, segundo informações de seu site, foi instituída em 1998 pela União Brasiliense de Educação e Cultura (Ubec), mantenedora da Universidade Católica de Brasília, da Faculdade Católica do Tocantins e do Centro Universitário do Leste de Minas, entre outras.

Conforme o site, a Universa possui três áreas de atuação: Educação, Concursos Públicos e Processos Seletivos e Projetos e Negócios. Tem sede em Brasília, filial em Palmas e representações no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.

Erros grosseiros
Quase todos os dias jornalistas do Tocantins tentam contato com a Universa, que recusa todos os pedidos para prestar esclarecimentos sobre os erros grosseiros cometidos nas provas do concurso do Quadro Geral do Estado, que recebeu mais de 104 mil inscrições.

Entre as principais falhas apontadas estão questões com até três alternativas de respostas iguais, erros crassos sobre a história do Tocantins, gabarito com espaço para 40 respostas, quando a prova tinha 50 questões, entre outros.

fonte:www.clebertoledo.com.br