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Uruguai assume atos de terrorismo durante ditadura

O governo uruguaio prepara um projeto no qual o Estado assume ter cometido atos de terrorismo durante a ditadura militar (1973-85) e afirma que promoverá uma “reparação integral” às vítimas da repressão.

A informação foi confirmada ao jornal uruguaio El Observador por fontes oficiais, que também declararam que ministros e legisladores do governo de Tabaré Vázquez participam dos últimos retoques do texto.



A iniciativa, que será remitida dentro de duas semanas ao Parlamento, “faz uso de diversos mecanismos para reconhecer publicamente a condição de vítimas a todas as pessoas que foram prejudicadas em diferentes graus pelas forças de segurança estatais durante aqueles anos”, diz o jornal.



O projeto está sendo elaborado desde dezembro e representa uma “autocrítica e um julgamento muito severo em relação à atitude do Estado durante o último governo do regime militar, assim como do governo constitucional anterior à ditadura”, do ex-presidente colorado Jorge Pacheco Areco (1967-72), acrescentou a fonte.



“Existem assuntos a serem resolvidos ainda. Queremos chegar a um consenso importante e a prudência é fundamental para não criar falsas expectativas”, disse hoje a uma rádio o deputado da Frente Ampla Diego Cánepa, ao esclarecer que o projeto “abrange apenas vítimas de terrorismo de Estado”.



O texto afirma que as violações dos direitos humanos e a ruptura constitucional foram realizadas sob amparo da Doutrina de Segurança Nacional, atribuída nos anos 70 ao governo norte-americano por setores da esquerda.



Além disso, a iniciativa visa realizar um “reconhecimento” público às vítimas e estuda uma forma de compensação econômica e de assistência médica aos prejudicados nessa época.