Restrições argentinas a importações incomodam Paraguai
O chanceler paraguaio, Alejandro Hamed, declarou, nesta segunda-feira, que as restrições a importações, adotadas pela Argentina para combater a crise econômica, “incomodam” o governo do presidente Fernando Lugo, já que prejudicam os industriais paraguaios
Publicado 16/03/2009 15:44
Entre outras medidas, a Argentina exigiu licença prévia para a importação de produtos têxteis. Além disso, o setor de inseticidas enfrenta dificuldades com as barreiras impostas pelo governo da presidente Cristina Kirchner.
Em entrevista coletiva, Hamed também foi questionado a respeito de sua viagem a países árabes, enquanto, na América Latina, os sócios mais fortes do Mercosul – Argentina e Brasil – se unem contra a crise, deixando de fora Paraguai e Uruguai.
O chanceler rejeitou tal interpretação sobre as relações internas no bloco econômico, reforçando que Assunção também faz parte do combate à crise. Hamed citou como exemplo a visita que Lugo fará ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 8 de abril, cujo tema principal será justamente a crise.
Nesta segunda-feira, Hamed viajava a Montevidéu e, em seguida, vai a La Paz, para tratar da situação econômica global, pois, segundo ele, “os países pequenos também têm que se colocar de acordo sobre como enfrentar a crise”.
As restrições adotadas por Buenos Aires incomodaram os membros do Mercosul, que interpretaram a atitude argentina como protecionista. Lula também se opôs à postura da presidente Cristina, principalmente pelo temor de que a lacuna deixada pelos produtos brasileiros no mercado argentino seja preenchida pelos produtos chineses.
Brasília e Buenos Aires concordaram na última quinta-feira em promover uma série de reuniões bilaterais com o objetivo de equilibrar o intercâmbio comercial “setor por setor”.
Fonte: ANSA