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Ditabranda: Grupo Folha tenta limpar a barra no 'UOL'

Mais um indício de que o editorial da “ditabranda”, na Folha, seguido da resposta desastrada aos professores que “ousaram” contestar o texto, gerou mal-estar no Grupo Folha.


 


Por Rodrigo Vianna, no Escrevinhador<

Primeiro, Otavinho Frias foi obrigado a reconhecer o erro (isso só após um abaixo-assinado contra o jornal, e uma manifestação que reuniu algumas centenas de pessoas em frente à Folha no dia 7 de março). Mas manteve o tom arrogante, seguindo nas críticas a quem ousou contestá-lo.


 


Depois, começaram a chegar informações de que leitores cancelaram em massa assinaturas da Folha. A notícia saiu no Blog do Sakamoto, e foi reproduzida aqui no Escrevinhador.


 


Agora, nesta segunda-feira, abro o UOL (provedor da internet mantido pela família Frias) e vejo uma reportagem, como segunda manchete do dia, sobre encontro de ex-perseguidos políticos. A reportagem, diga-se, é honesta. O repórter foi ao encontro, ouviu gente que foi presa, torturada…. Contou histórias. http://noticias.uol.com.br/politica/2009/03/16/ult5773u793.jhtm


 


O UOL abriu espaço para enquetes em que os leitores podem debater a ditadura. E incluiu na reportagem até uma foto da manifestação contra o jornal.


 


Hum…


 


Perguntei ao povo que reúne os perseguidos políticos da ditadura se alguma vez o UOL já tinha estado por lá. “Nunca”, me responderam.


 


Hum…


 


Informação: o UOL é dirigido por Luís Frias, irmão mais novo de Otavinho. Luís Frias, talvez, tenha percebido que enveredar por um caminho de extrema-direita seria ruim para o Portal. Otavinho aderiu à moda neo-com, na linha de Veja.


 


Dizem que os dois irmãos não se entendem muito ultimamente. A reportagem do UOL talvez seja um recado na luta interna do grupo Folha, do tipo: “Otavio, não faça mais essas bobagens”.


 


Vale ressaltar que nada disso teria ocorrido se a sociedade, especialmente através da internet, não tivesse se manifestado, protestando, cancelando assinaturas, divulgando histórias nebulosas sobre o passado de colaboração do grupo Folha com a ditadura.


 


A reportagem do UOL, portanto, é uma derrota para a direita burra que quer reesscrever a história do país, usando a mídia para esse intento. Se tentarem fazer isso, enfrentarão resistência. E sentirão as consequências no bolso e na imagem de seus já combalidos veículos de comunicação.