Leia 'Trabalhadores e trabalhadoras não pagarão pela crise'
“Vamos construir em todo o país grandes mobilizações. O dia 30 de março será o primeiro passo da jornada. Some-se conosco, participe!” É assim que 24 entidades — dos movimentos sindical, estudantil, sem-terra e popular — convocam os moradores de São Paulo
Publicado 26/03/2009 19:57
Com o lema “Trabalhadores e trabalhadoras não pagarão pela crise”, o manifesto defende propostas como a ratificação da convenção 158 da OIT (que proíbe demissões imotivadas), a queda da taxa básica de juros (Selic) e a redução da jornada de trabalho sem redução salarial.
Confira abaixo a íntegra do texto.
Trabalhadores e trabalhadoras não pagarão pela crise
Não às demissões! Pela redução dos juros, pelos investimentos públicos e em defesa dos direitos trabalhistas e sociais!
O Brasil vai às ruas na próxima segunda-feira, 30 de março. Os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade estarão unidos contra a crise e as demissões, por emprego e salário, pela manutenção e ampliação dos direitos, pela redução dos juros e da jornada de trabalho sem redução de salários, pela reforma agrária em defesa dos investimentos em políticas sociais.
A crise da especulação e dos monopólios estourou no centro do sistema capitalista, os Estados Unidos, e atinge as economias menos desenvolvidas. Lá fora – e também no Brasil -, estão sendo torrados trilhões de dólares para cobrir o rombo das multinacionais, em um poço sem fim, mas o desemprego continua se alastrando, podendo atingir mais 50 bilhões de pessoas.
No Brasil, a ação nefasta e oportunista das multinacionais, do setor automotivo e de empresas como a Vale do Rio Doce, CSN e Embraer, levaram a demissão de mais de 800 mil trabalhadores nos últimos cinco meses.
O povo não é culpado pela crise. Ela é resultante de um sistema que entra em crise periodicamente e transformou o planeta em um imenso cassino financeiro, com regras ditadas pelo “deus mercado”. Diante do fracasso desta lógica excludente, querem que a classe trabalhadora pague a fatura em forma de demissões, redução de salários e de direitos, injeção de recursos do BNDES nas empresas que estão demitindo e com a criminalização dos movimentos sociais. Basta!
A precarização, o arrocho salarial e o desemprego enfraquecem o mercado interno, deixando o país vulnerável e à mercê da crise, prejudicando fundamentalmente os mais pobres, nas favelas, nas periferias. É preciso cortar drasticamente os juros, reduzir a jornada sem reduzir os salários, acelerar a reforma agrária, ampliar as políticas públicas em habitação, saneamento, educação e saúde, e medidas concretas dos governos para impedir as demissões, em particular aos 4.270 funcionários da Embraer, ressaltando que estamos na luta pela readmissão.
O dia 30 também é simbólico, pois nesta data se lembra a defesa da terra Palestina, a solidariedade contra a política terrorista do Estado de Israel, pela soberania e auto-determinação dos povos.
Com este espírito de luta, vamos construir em todo o país grandes mobilizações. O dia 30 de março será o primeiro passo da jornada. Some-se conosco, participe!
– Não às demissões! Pela ratificação da convenção 158 da OIT!
– Redução dos juros!
– Redução da jornada sem redução salarial
– Reforma agrária!
– Por saúde, educação e moradia!
– Em defesa dos serviços e dos servidores públicos!
– Solidariedade ao povo palestino!
Ato Internacional unificado contra a crise
30 de março, com concetração às 10h, em frente à Fiesp, na avenida Paulista, em São Paulo.
Organizadores: Assembléia Popular, Cebrapaz, CGTB, CMB, CMS, Conam, Conlutas, Conlute, CTB, CUT, Força Sindical, InterSindical, Marcha Mundial de Mulheres, MST, MTL, MTST, NCST, Oclae, Ubes, UBM-FDIM, UGT, UNE, Unegro/Conem, Via Campesina