Manuela reúne sindicatos e Embraer para debater demissões
A Comissão do Trabalho realizou audiência pública com os representantes sindicais, da Embraer e do Ministério do Trabalho. A audiência pública foi proposta pela Manuela, juntamente com o deputado Ivan Valente de SP.
Publicado 26/03/2009 09:20 | Editado 04/03/2020 17:11
O vice-presidente da empresa, Horácio Furjas, alegou que o cenário é dramático por causa do cancelamento de 32% das vendas para o exterior. Segundo ele, as perspectiva é que o quadro não melhore nos próximos três anos.
Essa posição foi duramente criticada pelos parlamentares para quem a empresa não pode raciocinar apenas sob a ótica do lucro, sem levar em conta a situação de milhares de trabalhadores que perderam o emprego.
Para o diretor de relações do trabalho do Ministério do Trabalho, André Grandizoli, as demissões podem ser revistas e só depende da boa vontade do empregador. Para isso, ele se colocou à disposição dos trabalhadores, da empresa e do Ministério Público. Disse que caso não se chegue a um acordo, o ministério já estuda a possibilidade de estender aos trabalhadores a ampliação do seguro-desemprego.
O diretor da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Joílson Cardoso, criticou o pessimismo do vice-presidente da empresa que ao falar do quadro internacional havia previsto o fechamento de várias empresas.
“O debate foi muito importante porque trouxe ao conhecimento do Congresso e também da sociedade os argumentos da empresa e a forma como esta demissão em massa foi efetuada. Acredito que o Congresso tem a obrigação de criar mecanismos legais para a preservação do emprego e de apoio as empresas para que não tenhamos mais demissões como a da Embraer”, disse a deputada Manuela d´Ávila.
Para ela, as mais de 4.000 demissões foram um duro golpe na capacidade aeroespacial brasileira. “Nosso papel é lutar para que o conhecimento tecnológico produzidos no Brasil não sejam prejudicados pelas crises internacionais.”
Diante da negativa da direção da empresa para a suspensão das demissões e reabertura das negociações, os parlamentares decidiram propor a formação de uma comissão de fiscalização e controle, além de um comissão externa, para ajudar na intermediação.
De Brasília
Iram Alfaia