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PIB dos EUA recua 6,3% no pior trimestre em 27 anos

A economia dos Estados Unidos recuou no no quarto trimestre de 2008 a uma taxa anualizada de 6,3%, conforme anunciou o Departamento de Comércio nesta quinta-feira (26). É a maior queda desde 1982. O número corrigiu para baixo uma estimativa anterior, de 6

O pequeno saldo positivo do PIB anual deve-se integralmente aos dois primeiros trimestres (veja o gráfico). No terceiro trimestre o PIB já foi negativo em 0,5%.



Estatística à americana e à brasileira



O Departamento de Comércio usa o dado anualizado (que projeta o desempenho trimestral para um período de 12 meses). Comparando-se os PIBs do Brasil e dos EUA durante o quarto trimestre, o do Brasil, que teve uma queda de 3,6% face ao trimestre anterior, na realidade recuou mais: o número anualizado seria de 11,4% negativos.



Em compensação, o tombo trimestral brasileiro incidiu sobre uma economia em forte crescimento. Graças a isso, o PIB do conjunto do ano fechou em 5,1% positivos no Brasil, em contraste com os 1,1% dos EUA.



Os gastos dos consumidores, que representam quase 70% do PIB americano, caíram a um ritmo anualizado de 4,3% no último trimestre do ano passado. Esta também foi a primeira vez desde 1947 em que a despesa dos consumidores americanos caiu mais de 3% durante três trimestres consecutivos.



A desaceleração da economia dos EUA diminuiu os lucros das empresas em 16,3% entre o terceiro e o quarto trimestres de 2008. Foi a maior diminuição trimestral registrada desde 1953, quando a queda chegou a 16,9%.



Em todo o ano passado, os lucros empresariais nos EUA caíram 10,1%, a maior queda anual desde 1970. Um dos piores números ficou para a arrecadação de impostos empresariais, que diminuiu 33,1% no último trimestre.



Desemprego aos milhões



Desde o início da recessão, em dezembro de 2007 (veja o gráfico), a economia dos EUA perdeu 4,5 milhões de postos de trabalho, 1,2 milhão destes apenas a partir de janeiro de 2009.



O Departamento de Trabalho dos EUA informou hoje que o número de pessoas que recebem o seguro-desemprego aumentou em 122 mil na semana do dia 15 de março, a última analisada pelo governo americano, e alcançou o número inédito de 5,56 milhões de beneficiados.



Alguns indicadores mais recentes sugerem que já há uma leve recuperação da atividade econômica, como o aumento de 22% na construção de imóveis em fevereiro. No entanto, poucos analistas arriscam uma previsão sobre quando se chegará ao fundo do poço.



Da redação, com agências