Deputada Jô Moraes denuncia  homofobia

Com base nos levantamentos feitos pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), a deputada federal Jô Moraes (PCdoB/MG) denunciou nesta manhã, do plenário da Câmara, o crescimento em 55% dos homicídios de homossexuais no País. Foram 190 no ano passado contra 122 em 2

“A cada dois dias, um homossexual é assassinado no Brasil. Estamos falando de mortes de pessoas em razão da orientação sexual. E essa excrescência coloca o Brasil no topo do ranking dos países mais homofóbicos do mundo”, afirmou a parlamentar.


 


Alertando tratar-se de “intolerância contra aqueles que não nos parece um igual” Jô Moraes chamou atenção para o fato de muitos dos assassinados serem jovens. E serem mortos de forma violenta, a tiros, facadas e até pedradas.



 
 Indignação
   Em seu discurso a deputada apontou o Estado de Pernambuco, como líder do número de assassinatos (27), ficando Minas Gerais em sexto lugar: “Só no ano passado foram mortos 8 homossexuais sendo 5 gays e 3 travestis”.
Além de se solidarizar com os familiares das vítimas dessa violência, Jô Moraes se uniu ao antropólogo e fundador do GGB, Luiz Mott, na investida em prol da implementação em todo o País de políticas contra a homofobia. Para se promover de fato a cidadania e o fortalecimento da defesa dos diretos humanos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais.


 


   “Não podemos admitir, conviver com a violência, seja de que forma ou a que pretexto for. É preciso estender a rede de proteção humana, de solidariedade a toda a sociedade, a começar pelas escolas, templos religiosos, pelas famílias e os poderes públicos. Que cada um faça a sua parte. E dessa iniciativa temos de ser protagonistas. Este é e deve ser o nosso papel, o nosso dever”, afirmou.


 


  Aqui a íntegra do pronunciamento da deputada Jô Moraes:


 


  “Senhor presidente, senhoras e senhores deputados, um levantamento do Grupo Gay da Bahia, a mais antiga entidade sem fins lucrativos voltada à defesa dos homossexuais no Brasil, denuncia o recrudescimento da homofobia no País. A cada dois dias, um homossexual é assassinado no Brasil. Só no ano passado 190 homossexuais foram mortos no País, um aumento em 55% desse tipo de crime em relação a 2007, quando foram registrados 122 homicídios.


 


Senhores, estamos falando de mortes de pessoas em razão da orientação sexual. E essa excrescência coloca o Brasil no topo do ranking dos países mais homofóbicos do mundo, segundo o levantamento feito pela entidade, a partir das reportagens veiculadas pela mídia.
Estamos falando de intolerância contra aquele que não nos parece um igual, contra meninos e meninas – porque em sua maioria são muito jovens – que não têm o braço forte do Estado para protegê-los. São cidadãos que também trabalham, pagam impostos, têm pais, irmãos, amigos. Estamos falando de seres humanos.
A maioria dos homicídios, de acordo com o levantamento, ocorre na rua, ou em residências e é causada basicamente por tiros e facadas. Mas há mortes por pedradas, com requintes de crueldade..


 


Neste ranking vergonhoso, Pernambuco (com 27 homicídios) aparece em primeiro lugar, seguido da Bahia (24), São Paulo (18), Rio de Janeiro (12), Sergipe(11) e Minas Gerais. Isso mesmo. Meu Estado está em sexto lugar nesse ranking de morte. Só no ano passado foram mortos 8 homossexuais sendo 5 gays e 3 travestis.
Quero, aqui desta tribuna me solidarizar com todas as famílias que tiveram seus entes queridos agredidos, assassinados em razão da orientação sexual. Quero me juntar à voz do antropólogo Luiz Mott, fundador do Grupo Gay da Bahia, e reiterar a necessidade urgente de se implementar em todo o País as políticas contra a homofobia. De se promover de fato a cidadania e o fortalecimento da defesa dos direitos humanos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais.


 


Não podemos admitir, conviver com a violência, seja de que forma ou a que pretexto for. É preciso estender a rede de proteção humana, de solidariedade a toda a sociedade, a começar pelas escolas, templos religiosos, pelas famílias e os poderes públicos. Que cada um faça a sua parte. E dessa iniciativa temos de ser protagonistas. Este é e deve ser o nosso papel, o nosso dever..
É o que eu tinha a dizer. Muito obrigada”.


 


Fonte – www.jomoraes.com.br