Brasil doa helicópteros à Bolívia e ratifica apoio a Evo Morales
O Governo federal anunciou ontem (24) que doará quatro helicópteros para a Bolívia como forma de ajudar o país a lutar contra o narcotráfico e os desastres naturais e ratificou sua decisão de colaborar com o Executivo do presidente boliviano, Evo Moral
Publicado 25/04/2009 20:49
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, visitou seu colega boliviano, Wálker San Miguel, para receber uma condecoração pela doação das aeronaves.
Pouco depois, Jobim e San Miguel partiram juntos de La Paz rumo ao Haiti com o objetivo de visitar as tropas de paz que Brasil e Bolívia mantêm no país caribenho.
O ministro boliviano lembrou que a doação dos quatro helicópteros UH-1H já foi comunicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Morales e que só falta definir quando as aeronaves chegarão à Bolívia.
Em seu discurso de agradecimento pela distinção, Jobim destacou os “laços” entre Lula e Morales e ressaltou “que o Brasil está disposto a colaborar” com o Governo boliviano.
Jobim disse que as diferenças entre os países da região podem ser econômicas e geográficas, mas não políticas.
“É importante que haja uma união forte da América do Sul para que possamos ter uma voz forte nos encontros” internacionais, disse o ministro brasileiro.
“As relações entre Brasil e Bolívia têm que se fortalecer cada vez mais. Qualquer problema na América do Sul é um problema de todos nós”, apontou Jobim.
O ministro ratificou essa postura horas depois de Morales ter confirmado que Lula visitará a Bolívia em breve para anunciar um programa de crédito brasileiro destinado à construção de uma estrada que ligará as regiões central e amazônica bolivianas.
Mercenários separatistas
A visita de Jobim coincidiu com o anúncio do Governo de La Paz de uma mobilização de centenas de militares bolivianos na fronteira.
O governo boliviano falou em reforçar a segurança em suas fronteiras com o Brasil e o Paraguai para evitar a entrada ilegal de armas no país, dentro da investigação sobre supostos mercenários a serviço de departamentos separatistas.
O ministro da Defesa declarou ao jornal El Deber que “pediu às Forças Armadas o reforço de algumas das unidades de fronteira com Brasil e Paraguai”.
San Miguel disse que “há alguns meses na passagem fronteiriça com o Paraguai houve um importante roubo de armas por um grupo de desconhecidos que surpreendeu membros de um posto militar”.
Segundo ele, em setembro do ano passado, depois de um violento episódio na região amazônica que terminou com a morte de 16 camponeses leais ao presidente Evo Morales, “a segurança das passagens fronteiriças de Pando, que limita com Brasil e Peru, foi reforçada”.
“Talvez tenhamos nos descuidado de alguns pontos, como o de San Matías”, disse.
O governo investiga a presença de mercenários na Bolívia com a finalidade de fazer complôs contra Morales e buscar a independência da rica região de Santa Cruz, cujos líderes são firmes opositores do presidente.
Fontes: EFE e AFP