Lula estreita laços com Guatemala e dá apoio a Colom
Os presidentes do Brasil e da Guatemala assinaram, ontem à noite, declaração conjunta com 28 pontos, com o objetivo de estreitar laços. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou apoio ao colega Álvaro Colom, ante as acusaçõe
Publicado 02/06/2009 16:54
Assassinado a tiros, o advogado gravou, quatro dias antes de ser morto, um vídeo no qual acusa Colom de ser o responsável por sua morte. No comunicado conjunto, Lula expressou a sua confiança de que prevaleça a governabilidade e a harmonia naquele país.
Por sua vez, o presidente guatemalteco, Álvaro Colom, expressou condolências ao governo brasileiro pelo acidente aéreo com o avião da Air France, desaparecido desde domingo.
Ainda na declaração conjunta, o presidente da Guatemala reiterou convite para que empresas brasileiras participem das novas licitações de áreas de exploração e comercialização de petróleo e gás na terra e no mar, e o interesse em que empresas brasileiras participem, com o apoio do governo do Brasil dos projetos hidrelétricos no País, incluindo a possibilidade de financiamento.
Lula destacou o grande atrativo da Guatemala como aliado comercial e estratégico da região e o presidente Colom ressaltou seu desejo de trabalhar conjuntamente com o Brasil para fortalecer os laços comerciais em benefício de ambos os países.
Os dois presidente acertaram ainda um apoio mútuo nas aspirações de Brasil e Guatemala de integrar o Conselho de Segurança das Nações Unidas. Na declaração conjunta, Colom reafirmou o apoio de seu governo à presença do Brasil como membro permanente do Conselho de Segurança, na eventual ampliação do órgão da ONU.
Lula confirmou, por sua vez, o apoio brasileiro à candidatura da Guatemala como membro não permanente do Conselho de Segurança, para o período 2012-2013, em resposta ao apoio guatemalteco ao Brasil, para o período 2010-2011.
A viagem ao país faz parte da estratégia do governo brasileiro de estreitar as relações com a América Central. Antes, Lula esteve em El Salvador, onde assistiu à posse do presidente eleito, Mauricio Funes.
Depois, ele passará ainda pela Costa Rica, onde pretende estimular as negociações por um acordo comercial entre o Sistema de Integração Centro-Americano (Sica), cuja presidência será assumida por esse país, e o Mercosul.
Terceiro mandato
Durante a viagem à Guatemala, o presidente Lula voltou a descartar a hipótese de um terceiro mandato presidencial. Após evento na capital do país, Lula foi enfático ao declarar que “o Brasil não deve ter terceiro mandato”. “Eu não brinco com a democracia. Quem quer o terceiro (mandato) pode querer o quarto, o quinto ou o sexto”, disse, defendendo a alternância de poder.
O presidente comentou que não vê “nenhum mal” que presidentes de outros países queiram ter terceiros mandatos, com o presidente venezuelano Hugo Chávez. “Mas que tem que ser eleito. O Uribe pode se eleger ou não, mas tudo tem de ser feito dentro do exercício da democracia”, disse Lula, numa referência ao presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, que já declarou intenção de se candidatar à reeleição em 2010.
O presidente destacou que há vinte anos nenhum analista acreditava que os presidentes Álvaro Colom (Guatemala), Cristina Kirchner (Argentina), Rafael Correa (Equador), Evo Morales (Bolívia) e Michele Bachelet (Chile) pudessem chegar ao poder e, por isso, ressaltou, que “a alternância é importante”.
Lula aproveitou para dar um recado para a oposição, dizendo que, “ao ganhar as eleições, o novo governante tem de governar, tem de ter tranquilidade para governar para deixar o País crescer e não pode passar o tempo todo combatendo problemas internos”. “Quem perder, tem de compreender que quem ganhou tem de governar”, disse.
Minuto de silêncio
Lula chegou à Cidade da Guatemala na segunda-feira à tarde. Ao aterrissar no aeroporto da capital, o presidente foi recebido com uma cerimônia de boas-vindas e com um minuto de silêncio, em homenagem às vítimas do voo da Air France que desapareceu perto da costa brasileira na madrugada de segunda-feira e que tinha 228 pessoas a bordo.
Com agências