DEM abandona Sarney e pede afastamento provisório
A bancada do DEM no Senado decidiu em reunião na tarde desta terça-feira (30), pedir o afastamento temporário do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). O DEM foi o principal aliado de Sarney na eleição para a presidência da Casa, em fevereiro.
Publicado 30/06/2009 18:11
Em Brasília, o roteiro tem se repetido. Outros presidentes do Senado obrigados a se afastar do cargo nos últimos anos – Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), Jader Barbalho (PMDB-PA) e Renan Calheiros (PMDB-AL) – também se licenciaram provisoriamente em um prineiro movimento de recuo.
Sarney tem declarado que permanecerá no cargo. No entanto, nesta sexta-feira o noticiário na internet, citando fontes não reveladas, afirmava que Roseana Sarney teria se manifestado em defesa do afastamento do pai do comando do Senado.
Os senadores do DEM usaram o argumento de que o afastamento vai garantir isenção nas investigações sobre as irregularidades administrativas no Senado já em andamento pelo Tribunal de Contas da União (TCU), pela Polícia Federal e pelo Ministério Público.
''O que nós estamos propondo é que o presidente [José Sarney] se licencie, até para que a apuração dos fatos seja acreditada e ele, se for, pelas investigações, entendido como inocente, possa voltar à presidência'', afirmou o líder do DEM, José Agripino Maia (RN), após reunião em que trataram da crise institucional pela qual passa o Senado.
José Agripino disse que, no entanto, o partido é contra a abertura de qualquer representação no Conselho de Ética contra Sarney. O Psol apresentou hoje uma representação para que o colegiado investigue denúncias envolvendo Sarney para uma possível abertura de processo por quebra de decoro parlamentar. Ontem, o líder da bancada tucana, Arthur Virgílio Neto (AM), apresentou ao conselho uma denúncia enumerando 18 acusações.
''Eu acho que [a representação] não é a etapa. A etapa, no momento, é a investigação, é fazer com que os funcionários do Senado, o Ministério Público, o TCU e até a própria Polícia Federal tenham a oportunidade de fazer a investigação com a aura da credibilidade e a isenção garantida'', afirmou José Agripino.
Até a reunião da bancada do DEM, eram a mídia e o PSDB que ocupavam a linha de frente do fustigamento de Sarney. A bancada do PT secundava a pressão sobre o presidente do Senado, a despeito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva o ter defendido publicamente em duas ocasiões.
Da redação, com agências