Venezuela no Mercosul: oposição traz adversários de Chávez
Na última audiência promovida pela Comissão de Relações Exteriores do Senado para discutir o ingresso da Venezuela no Mercosul, nesta quinta-feira (9), a oposição importou os adversários políticos do presidente Hugo Chavez para tentar convencer os sena
Publicado 09/07/2009 18:05
Esta é a quarta audiência pública destinada a instruir os senadores sobre o protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul. Foram oito personalidades divididas em dois painéis que tomou o dia todo. Os senadores prometem que esta será a última audiência e o relator da matéria, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), deve apresentar seu parecer em agosto, após o recesso parlamentar.
O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), que apresentou requerimento convidando nomes que defendem a adesão, para fazer contraponto à oposição, garantiu a participação do presidente da Federação das Câmaras de Comércio e Indústria da América do Sul, Darc Costa. O empresário procurou afastar-se de ''questões conjunturais'' para defender a construção de um grande mercado sul-americano, uma questão que, em sua opinião, interessa a ''nossos netos''.
“A elite brasileira tem o mesmo projeto para o país. Não podemos deixar que a nossa elite se divida por causa da divisão das elites dos outros”, alfinetou Darc.
O deputado federal Neudo Campos, ex-governador de Roraima, estado que faz fronteira com a Venezuela, disse que o ingresso da Venezuela no bloco poderá ser considerado ''emblemático'', pois abriria caminho para a entrada de outros países sul-americanos, aproximando os estados do Norte brasileiro do Mercosul.
Contra Chavez
Os argumentos contrários foram apresentados pelos dois venezuelanos, opositores do regime bolivariano do presidente Hugo Chávez. O escritor Gustavo Tovar-Arroyo disse ser favorável à integração continental, mas pediu que esta seja promovida com respeito aos princípios estabelecidos pelo Mercosul, de respeito à democracia e aos direitos humanos. Ele citou um relatório elaborado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos, que aponta a existência de um ambiente hostil, em seu país, aos opositores de Chávez.
Ex-prefeito da cidade de Chacao, Leopoldo López também criticou o governo venezuelano por haver impedido a sua candidatura à Prefeitura de Caracas. E pediu aos parlamentares brasileiros que não levassem em conta apenas questões econômicas, ao analisar o protocolo de adesão da Venezuela.
De Brasília
Márcia Xavier
Com agências