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África: greve de 70 mil operários da Copa pode terminar logo

A greve de 70 mil operários da África do Sul, que interrompeu diversas obras pelo país, incluindo várias para a Copa do Mundo, deve durar, pelo menos, até a próxima terça-feira (14). A União Nacional dos Mineradores (NUM), que representa os trabalhadores,

Os operários, que chegam a receber menos de 4,50 rands (R$ 1,10) por hora, exigem reajuste salarial de 13%. Durante encontro na quinta-feira, a Federação Sul-Africana de Empreiteiros da Construção Civil (Safcec) ofereceu 11% de aumento. A decisão, agora, está nas mãos dos trabalhores. “Se eles aceitarem, assinarão o acordo na terça-feira. Mas, se não aceitarem, teremos de voltar às negociações”, afirmou Lesiba Seshoka, porta-voz da NUM.


 


As obras dos estádios da Copa do ano que vem estão paradas desde quarta-feira. Preocupado com atraso no cronograma, o governo sul-africano encarregou o ministro do Trabalho, Membathisi Mdladlana, de intermediar as negociações. “É muito importante que os sul-africanos entendam que o diálogo é a melhor maneira de resolver diferenças”, afirmou o ministro.


 


Lesiba Seshoka disse à rádio 702 que os empregadores retomaram as negociações com uma atitude diferente e que aceitavam melhorar a proposta de aumentar os salários em 10,4 por cento. O sindicato exige um aumento de 13 por cento.


 


''Temos a confiança que ainda hoje ou amanhã podemos conseguir uma solução para o problema'', disse Seshoka. Não houve qualquer comentário imediato por parte dos empregadores.


 


Na quinta-feira, no segundo dia de paralisação, manifestantes entraram em confronto com a polícia na Cidade do Cabo. A polícia usou bombas de efeito moral para dispersar a multidão que, segundo ela, atirava pedras nos carros próximos a uma estação de trem rápido em construção.


 


Obras 



 
As obras no Green Point, na Cidade do Cabo, são as mais atrasadas entre os cinco estádios que ainda não estão prontos para a Copa. Elas já foram paralisadas por duas vezes por causa de greves anteriores. Mesmo assim, o Comitê Organizador promete entregar todos os estádios até o fim deste ano.


 


Outras infra-estruturas, além dos estádios, estão neste momento paradas. A maior preocupação centra-se na construção do Gautrain, uma ligação ferroviária de alta velocidade na província de Gauteng, que deveria facilitar o transporte e a circulação em Pretória. O prazo de conclusão da obra já era apertado – a inauguração estava prevista para apenas 15 dias antes da abertura do Mundial 2010 que está agendada para 11 de Julho do próximo ano – mas esta paralisação pode complicar ainda mais as contas.


 


Os sindicados envolvidos declararam a greve por tempo indeterminado e caso a suspensão dos trabalhos se arraste, pode comprometer os calendários acertados pela organização com a FIFA, o organismo que regula o futebol mundial.


 


A luta já chegou aos tribunais. Na segunda-feira, uma instância judicial negou provimento a uma acção de um empreiteiro que pretendia ver declarada a greve como ilegal. Entretanto, na quinta-feira à noite, patrões e sindicatos voltaram à mesa das negociações, mas segundo a BBC África, ainda não há fumo branco.