Edvaldo fala sobre novos avanços em Aracaju
“Eu me comprometi com a população de Aracaju e vou cumprir a minha palavra. Até o fim do meu mandato teremos a licitação do transporte coletivo”. A afirmação é do prefeito Edvaldo Nogueira (P
Publicado 20/07/2009 09:16 | Editado 04/03/2020 17:20
Nogueira fala ainda sobre as obras da zona de expansão (ZEA), aterro sanitário e o encaminhamento do plano diretor. Nega também que pretenda deixar a prefeitura para ser candidato a deputado federal ou vice do governador Marcelo Déda. O prefeito concedeu entrevista ao Jornal da Cidade, principal periódico do Estado. A seguir, os principais trechos da entrevista, editado pela equipe do Vermelho.
JORNAL DA CIDADE – Prefeito, há condições de a Prefeitura realizar as obras de infraestrutura e saneamento básico na Zona de Expansão de Aracaju ainda neste ano?
EDVALDO NOGUEIRA – Em 2006 nós realizamos um estudo pioneiro de macrodrenagem da Zona de Expansão, que possibilitou que fizéssemos o planejamento de toda a infraestrutura da região. Segundo o estudo, são necessários naquela área 46 quilômetros de canais. É uma obra de mais de 2 bilhões de reais. Obviamente, uma obra desse porte não pode ser realizada de uma só vez, nem o município tem recursos suficientes para isso. Então vamos ter que fazer as obras por partes e buscar recursos. A obra prioritária nessa região é a construção do canal do Beira Mar, orçada em 26 milhões de reais. Eu falei com o presidente Lula quando ele esteve aqui, e agora, em Brasília, fui conversar pessoalmente com o ministro das Cidades, Márcio Fortes. O projeto da obra está sendo analisado pelo Ministério para ser incluído no orçamento do governo federal. Agora, conseguimos outra vitória importante: o deputado Albano Franco apresentou uma emenda à Lei de Diretrizes Orçamentárias para a realização das obras de drenagem da Área de Expansão, que vai possibilitar a apresentação de emendas com valores ainda mais significativos e abre uma grande perspectiva de que os problemas sejam resolvidos em médio e longo prazo.
JC – Quais as obras que serão necessárias e quanto será preciso investir? De onde virá este dinheiro e em que prazo as obras podem ser entregues?
EN – As obras necessárias são macro e micro drenagem, terraplenagem, dragagem e pavimentação da Zona de Expansão. É uma obra gigantesca, que precisa ser realizada em etapas. Em curto prazo, a obra prioritária é o canal do conjunto Beira Mar. Em médio prazo, vamos resolver o problema do polígono formado entre a praia, o canal Santa Maria, a av. Julio César Leite, av. Heráclito Rollemberg e rua João Mota dos Santos, com valor estimado de R$ 673 milhões. Mas, para realizar toda a infraestrutura da Zona de Expansão é preciso mais que isso: essa é uma obra avaliada em R$ 2.281.614.000. O município de Aracaju, sozinho, não tem condições de arcar com todo esse volume, e vamos precisar também de recursos do governo federal, do governo estadual, do BNDES e das agências internacionais. Por isso a emenda apresentada pelo deputado Albano Franco é tão importante: porque abre uma janela para que possamos buscar esse mix de recursos.
JC – A ZEA será contemplada com cemitério? Por que a PMA não constrói um outro cemitério, já que o São João Batista e o Cambuís estão lotados?
EN – O município de Aracaju enfrenta um grave problema de falta de cemitérios. Os cemitérios da área central, como o São João Batista e o Cambuís, enfrentam um processo de superlotação, embora o trabalho constante da Prefeitura venha amenizando esse problema, possibilitando que eles continuem funcionando. Na Zona de Expansão não existem cemitérios legalizados. Havia uma série de cemitérios clandestinos, que foram fechados, restando apenas o cemitério de Areia Branca e o do Robalo, em que a Prefeitura atua para que os serviços continuem sendo prestados. Atualmente, a Prefeitura está realizando estudos de viabilização de novos cemitérios em Aracaju, e buscando a melhor solução possível. Na Zona de Expansão, por exemplo, a grande dificuldade é a possibilidade de contaminação do lençol freático. Por isso nós estamos buscando identificar possíveis áreas para estudos prévios e assim termos elementos para uma decisão sobre a construção do novo cemitério. Isso quer dizer definição de recursos, desapropriação de terreno ou aproveitamento de área municipal ou estadual, elaboração de projeto, etc. É um projeto que demanda algum tempo, mas para o qual já estamos buscando a solução.
JC – Quais as obras prioritárias da PMA para este ano? Quanto vão custar cada e quando serão entregues?
EN – A Prefeitura está realizando uma obra extremamente importante no Santa Maria e no Coqueiral, através do PAC. Pelas suas dimensões e principalmente pelo impacto social que elas causarão. Só no Santa Maria vamos entregar novas 2.300 moradias, além de obras de saneamento, drenagem, pavimentação e infraestrutura que representam a criação de um bairro praticamente novo. São mais de 170 ruas drenadas, que vão transformar a face do bairro. Estamos construindo mais 600 casas no Coqueiral. Com essas duas obras, nós vamos resolver definitivamente 90% dos problemas das duas áreas mais carentes da cidade. Temos também a ponte do rio Poxim, que vai criar um importante corredor de trânsito entre o Santa Maria e o Jardins. Mas nós estamos realizando também uma série de obras importantes em toda Aracaju, da zona norte à zona sul. Porque, para qualquer cidadão, a obra mais importante é aquela realizada na sua rua, no seu bairro, que resolve diretamente o seu problema. Há uma série de ruas sendo pavimentadas, dezenas de praças sendo construídas e reformadas em vários bairros da cidade, como o Getimana, o Lamarão, Porto Dantas, Cidade Nova, Suissa e Bugio. O programa de prevenção de alagamentos continua sendo executado em diversos bairros. Estamos construindo a creche no bairro América, que era um sonho antigo dos moradores do bairro. Estamos reformando e ampliando duas escolas, na Soledade e no Robalo. Acabamos de inaugurar uma nova unidade de saúde no Jabotiana, e estamos construindo outra no Getúlio Vargas. É um total de quase R$ 110 milhões investidos em obras espalhadas por toda a cidade. Além disso, até o fim do ano nós vamos anunciar mais uma série de obras para Aracaju.
JC – O senhor tem anunciado muitas obras e tem dito que a Prefeitura não tem dinheiro. Qual é a real situação da PMA?
EN – A situação financeira de Aracaju é administrável, equilibrada. Tivemos uma queda de 40% nos royalties e o FPM caiu, mas o governo federal recompôs. Foi diante dessa situação que adotamos o tão criticado reajuste salarial de 1%. Adotei esse percentual de forma responsável. Há prefeitos por aí que concederam reajustes bem maiores e estão paralisando as obras de sua gestão, também estão sem pagar os salários com as correções que adotaram ou estão em atraso. Eu não vou parar obras, aliás, vou fazer mais obras ainda. Tenho dito sempre e vou repetir mais uma vez, tudo que prometi vou fazer.
JC – O senhor vai fazer, por exemplo, a licitação do transporte coletivo?
EN – Eu me comprometi com a população de Aracaju e vou cumprir a minha palavra. Até o fim do meu mandato – eu saio da prefeitura em 2012 – teremos a licitação do transporte coletivo. Isso não será feito agora porque é preciso discutir com os prefeitos de Nossa Senhora do Socorro, São Cristóvão e Barra dos Coqueiros a formação do consórcio, legislação, a política de integração e isso não se faz de um dia para outro. Estamos priorizando o consórcio para o aterro sanitário da Grande Aracaju e depois iremos para a questão do transporte, que será definida em parceria com os demais municípios, para evitar quebrar o princípio da integração, que barateia a tarifa para a população. Outra prioridade é o Plano Diretor, que estava na Câmara e voltou para a Prefeitura fazer estudos e o Conselho de Desenvolvimento Urbano avaliar.
JC – Qual é a relação da PMA com a Sociedade Eunice Weaver? Por que a PMA demorou tanto para se defender?
EN – A PMA não demorou a responder. Pelo contrário: não apenas respondemos de maneira que não deixasse dúvidas para insinuações e denúncias sem substância, como nos antecipamos e fornecemos toda a documentação relativa ao convênio ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Estado. A Prefeitura está agindo com absoluta transparência nesse caso, se colocando à disposição dos órgãos fiscalizadores, tanto que na quarta-feira realizamos visitas com o Ministério Público e o Tribunal de Contas a alguns dos projetos realizados pela Prefeitura. Temos todo o interesse que a verdade sobre os convênios da Prefeitura com ONGs seja esclarecida, porque é inadmissível que serviços tão importantes, para uma parcela grande de aracajuanos, sejam atacados apenas para que alguns possam fazer política irresponsável. A Eunice Weaver é uma entre várias ONGs que prestam serviços à Prefeitura de Aracaju. Atualmente, ela é responsável pela contratação de mão-de-obra para a realização de serviços realizados pela Prefeitura, em casos de projetos temporários como o ProJovem, que não justificam a realização de concursos, e em situações em que ainda não conseguimos realizar esses concursos, como acontece com alguns projetos da Secretaria de Assistência Social. Essa situação deve mudar no ano que vem, quando vamos realizar concurso para trabalhadores da Assistência Social.
JC – Há comentários dando conta de que o senhor estaria sem entusiasmo para continuar na administração da PMA. O segundo mandato é estafante, desgastante? É verdade que o senhor não está despachando com os secretários e que os processos se acumulam no seu gabinete?
EN – Essa pergunta se baseia em comentários e comentários são feitos para criar confusão e impedir que se coloquem luzes sobre as questões. Esse tipo de discurso é, na verdade, político, sem nenhuma base real. Estou com a mesma vontade de governar Aracaju desde que assumi em 1º de janeiro de 2001, como vice-prefeito, e até hoje permaneço com a mesma disposição. Na verdade, a vontade até aumentou, porque fui eleito no final do ano passado com 52% dos votos dos cidadãos aracajuanos, e isso me deu muita alegria e muito mais disposição para trabalhar. Então, esse comentário não procede. A população está vendo e verá ainda mais obras e serviços em todos os cantos da cidade. Nunca Aracaju teve tantas obras, investimentos e serviços como na nossa gestão. O jornal O Estado de São Paulo divulgou recentemente que Aracaju é a quarta cidade do Brasil que mais investe com recursos próprios. Aracaju está crescendo, se desenvolvendo, é a capital brasileira da qualidade de vida e tem obras por todos os lados. Essa história é balela, falácia. Esse tipo de notícia plantada muitas vezes sai correndo, ganha corpo, mas não corresponde à realidade.
JC – Há outros comentários nos meios políticos dando conta de que o senhor poderá deixar a PMA em 2010 para disputar uma cadeira na Câmara Federal ou ser vice de Déda. Essas hipóteses existem?
EN – Não. Eu fui eleito para governar Aracaju até 31 de dezembro de 2012 e vou cumprir o meu mandato até o fim. Ainda há muito que ser feito em Aracaju. Durante a campanha eleitoral do ano passado eu apresentei uma série de propostas para a cidade, e vou realizar todas elas. Eu vou precisar de tempo para isso. É um compromisso que assumi com o povo de Aracaju e comigo mesmo. Nunca estive com tanta vontade de governar, de fazer obras e serviços como agora.